Após goleada do Botafogo contra o Capital-DF, técnico Renato Paiva brinca dizendo que se pudesse colocaria uma formação tática com 11 atacantes; Nova formação tática e variações foram elogiadas ¨são boas para confundir os adversários¨

 


Renato Paiva orientando jogadores do Botafogo - Foto Reprodução: Vítor Silva/Botafogo


O Botafogo goleou o Capital-DF no jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil, no Estádio Nilton Santos, na noite desta quarta-feira. Após a partida, em entrevista coletiva, o técnico Renato Paiva elogiou a postura da equipe diante de um adversário mais fraco, mas pediu responsabilidade para o duelo de volta.


— Resultado elástico dá essa possibilidade de olhar para o jogo de forma estratégica. Sempre desconfiando do futebol, claro. Nós na teoria somos mais fortes (que o Capital-DF), hoje fomos também. E acho que será difícil, só se formos muito irresponsáveis de perder essa eliminatória. No entanto, cabe a mim ser responsável e olhar para o segundo jogo com seriedade. Mas temos essa planificação de jogos em três em três dias e dentro disso vamos entender as melhores opções em cada partida. Não vamos lá para perder por três, dois ou um. Vamos para ganhar.


Assista a coletiva abaixo:


Renato Paiva foi questionado se vai manter a formação com quatro atacantes nas próximas partidas. O treinador fez uma brincadeira, não quis abrir os planos e admitiu que quer manter o mistério para os rivais:


— Eu gosto de uma formação com 11 atacantes, onde até meu goleiro ataca (risos). Sempre falo que neste sistema tático, de dois avançados, de dois camisas 9, de 4-4-2, é uma variação do jogo que nós temos. Nós começamos com o 4-2-3-1, aproveitando o que vinha sendo feito. Depois quis variar com um 4-3-3, quando o Patrick jogava com o Marlon e o Gregore. Agora queremos aproveitar algo mais arrojado, aproveitando as características dos jogadores que temos e que não temos, que também nos leva a tomar estas decisões e obviamente encontrar aqui um triângulo de sistemas que confundam um pouco os nosso adversários. Me importa agora que os meus adversários tenham dor de cabeça se vão se preparar para um 4-2-3-1, um 4-4-2, um 4-1-4-1 ou um 4-3-3. Em função dos jogadores que temos frescos para atuar, em função estratégica dos jogos que vamos ter pela frente e dos adversários.


O treinador deu oportunidade para vários jogadores que tem aparecido menos. Rwan Cruz, autor do último gol, foi um deles. Ele elogiou a postura desses atletas durante o confronto:


— Nossa circulação e movimentação muito boas. Depois do gol baixamos um pouquinho. Corrigimos no intervalo e depois no contra-ataque nosso adversário gerou uma ou outra situação. Avaliação muito positiva, especialmente pelos jogadores que tem jogado menos, que deram boa resposta. Acho que é um resultado muito bom. A eliminatória não está fechada, mas nos dá porcentagem de irmos para a volta com alguma capacidade de encarar estrategicamente a partida de outra forma. Muito satisfeito pelo resultado e pela resposta dos jogadores.


O Botafogo volta a entrar em campo neste sábado, às 21h, diante do Bahia, fora de casa. A partida é válida pelo Campeonato Brasileiro. Na terça, é a vez de jogar pela quarta rodada da Libertadores contra o Carabobo, na Venezuela. As equipes só decidem a vaga para as oitavas de final da Copa do Brasil no dia 22 de maio, no Mané Garrincha, às 21h30 (de Brasília).


Veja outras respostas do treinador

Jogo


— Feliz pelo resultado em primeiro lugar. Olhando para os resultados de ontem, não houve placares elásticos. A Copa do Brasil tem surpresas assim. Não só no Brasil, em Portugal também. Muitas vezes os jogadores tem a tendência de olharem contra quem jogam e baixam a guarda. O primeiro grande elogio que tenho de fazer é a forma como a equipe entrou no jogo. Forte, é não dar qualquer possibilidade ao adversário, tentar construir. Não é fácil. Sei que as pessoas ficam impacientes, eu às vezes também. Mas estávamos jogando contra uma linha de cinco, mais três volantes à frente. O espaço no corredor central muito ocupado. De fato foi difícil romper mais vezes o bloco, ainda mais com alguns jogadores que não tinham ritmo de jogo. Trouxemos alguns pela primeira vez ao time titular. Nunca é fácil. Os níveis de confiança deles não é tão alto quanto os do que costumam jogar regularmente. Com um muro daqueles, houve discernimento e paciência, especialmente nos primeiros 15 minutos. Nossa circulação e movimentação muito boas. Depois do gol baixamos um pouquinho. Corrigimos no intervalo e depois no contra-ataque nosso adversário gerou uma ou outra situação. Avaliação muito positiva, especialmente pelos jogadores que tem jogado menos, que deram boa resposta. Acho que é um resultado muito bom. A eliminatória não está fechada, mas nos dá porcentagem de irmos para a volta com alguma capacidade de encarar estrategicamente a partida de outra forma. Muito satisfeito pelo resultado e pela resposta dos jogadores.


Importância da vantagem entre o calendário pesado


— Resultado elástico dá essa possibilidade de olhar para o jogo de forma estratégica. Sempre desconfiando do futebol, claro. Nós na teoria somos mais fortes (que o Capital-DF), hoje fomos também. E acho que será difícil, só se formos muito irresponsáveis, de perder essa eliminatória. No entanto, cabe a mim ser responsável e olhar para o segundo jogo com seriedade. Mas temos essa planificação de jogos em três em três dias e dentro disso vamos entender as melhores opções em cada partida. Não vamos lá para perder por três, dois ou um. Vamos para ganhar.


Barboza e Savarino


— Falei com eles. O Savarino decidi tirá-lo de imediato para não potencializar o que ele sentiu, mas só nas próximas horas é que vamos saber o que eles sentiram. O Barboza e o Gregore jogaram porque estão suspensos e não podem jogar contra o Bahia. Quis usá-los para não deixar de dar ritmo. Temos a viagem para Salvador e, depois, vamos direto para a Venezuela. Quis que eles jogassem um pouco. Meu plano era que o Barboza jogasse os primeiros 45 minutos e o David (Ricardo) os outros 45. O David não vinha jogando, entrou contra o Atlético-MG e foi castigado com um cartão vermelho. A princípio será ele em Salvador e não queria que ele chegasse sem ritmo. O Barboza mesmo pediu as muletas, estava com um pouco de dor no pé. O adversário caiu em cima dele, acho que vão fazer exame de imagens, não sei. O Savarino foi um desconforto muscular, não sei dizer mais que isso.


Atuações de Jeffinho, Allan e Rwan Cruz


— Já falei sobre o caso do Rwan. Ele veio de um campeonato muito diferente do Brasil. Sei que começou aqui e tem números impressionantes, mas na Bulgária. Nós não queremos precipitar. Eu sempre acredito na palavra adaptação. E não quis apressar a utilização e respeitar a adaptação dele. Ao longo desse tempo, rapidamente a torcida ganha uma antipatia por um jogador e não quero que isso aconteça. Os jogadores não erram porque querem. Hoje foi um momento importante para ele não sentir muita pressão para jogar. Repito: eles treinam bem, eles me dão dor de cabeça na hora de escolher o time titular. O Jeffinho se lesionou e outros colegas jogaram e o Allan tem Marlon Freitas, Gregore e Patrick na posição, além de ter características muito específicas, como de ter a necessidade de ter bola, por isso que no jogo contra o Fluminense eu senti que precisava um jogador com essas características. Foi um momento que entendi que era para dar ritmo a eles e todos deram uma boa impressão.


Alex Telles disse que Jeffinho "precisa de carinho". O que isso significa?


— Jeffinho é o jogador fora da caixa. Eu digo que o jogo tem diferentes momentos, transição ofensiva, defensiva... Há um momento que é o individual. Esse momento ninguém trabalha e o jogador precisa ter liberdade para decidir. Se o jogador é um driblador nós precisamos dar alternativas para ele ter espaço no um contra um. Jeffinho é fora da caixa, tecnicamente é muito bom jogador, é um fantasista. No caso ainda não consegue perceber algumas coisas... Eu digo que quando ele dribla dois adversários ele não pode driblar o terceiro ou o quarto. Quando ele passa do segundo ele já tem vantagem, mesmo que seja em uma zona curta, e tem que aproveitar. É isso que estamos tentando aproveitar. Ele é um jovem muito especial. Até pela sua história. É um jogador que se vê cada vez menos. Hoje vemos um futebol cada vez mais automatizado no passe, marcando em tabela, combinação direta e nós gostamos do jogador que tira um coelho da cartola. Nós temos que potencializar esse atleta, mas dentro do coletivo, porque senão só o Jeffinho joga e o time assiste, e não quero isso. Quero aproveitar as qualidades do Jeffinho junto com o coletivo.


Mudanças caso não tenha Savarino


— É de uma exigência muito grande. Acabou o jogo e não sei se vou contar com Savarino. Vou chegar em casa agora e ver o que tenho à frente. Já tenho o Bahia bem estudado, já tinha um plano com Savarino, agora tenho que montar um sem Savarino. Já não está Matheus (Martins), agora pode ser que não haja Savarino. É uma resposta que gostaria de dar, mas não sei. Eu vou trabalhar em cima do plano.


Reencontro com o Bahia


— O Bahia é parte da minha história. Me abriu as portas para trabalhar no Brasil, tenho muito orgulho daquele escudo, do grupo de jogadores, torcida. Adorei Salvador. A história poderia ser diferente? Sim. Mas foi o que foi e tenho muito respeito. Se eu pudesse nunca jogaria contra a minha história, mas, como não posso, hoje represento o Botafogo com muito orgulho e, obviamente, vou entrar na Fonte Nova com vontade de que o Botafogo jogue bem e ganhe. Mas não é contra ninguém, é pelo Botafogo.


Elenco já abraçou as ideias de Paiva?


— Acho que de pouco em pouco. Com pouco tempo de treino e intervalos para os jogos, as partidas nos trazem a confirmação do que treinamos. Cada vez mais sinto os jogadores vendo nossas ideias. Não tem a ver com mudança de sistema, tem a ver com obsessão do jogo e a capacidade de tomar decisões. Portanto, como eu acredito muito que cada vez mais eles conhecem o jogo, interpretam melhor os diferentes sistemas. É por esse caminho que seguimos trabalhando.

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