O bom filho à casa tornará? Diretoria do Botafogo tem que aproveitar a oportunidade de construir novo Estádio de 40 mil pessoas no antigo Marechal Hermes ou Caio Martins

 


Recentemente o GE, disse que o Botafogo teve a concessão do Estádio cancelada de 2051, pra 2031, e que neste novo período pode até perder, pois ao que tudo indica o Fluminense e até o Vasco podem entrar na nova licitação do Estádio Nilton Santos em 2031. 


Em 18 Julho de 2025, conselheiros da SAF e integrantes da diretoria do Botafogo, revelaram o desejo do Botafogo construir um segundo estádio no Rio de Janeiro. O projeto tem capacidade prevista de 40 mil pessoas, conforme revelado em carta de defesa da SAF a John Textor a que o ge teve acesso.



Uma das peças mais ambiciosas desse futuro é o novo Estádio do Botafogo, projetado para receber 40.000 torcedores. Não é qualquer estádio, é uma casa de classe mundial, uma das mais modernas e avançadas do planeta. Um estádio vibrante, com as arquibancadas próximas ao campo. Você consegue imaginar o som alto da nossa torcida? Um lugar construído não apenas para o futebol, mas para o orgulho, a identidade, o pertencimento. Um espaço onde gerações de torcedores: pais, filhos, netos, se reunirão e sentirão o que realmente significa vestir preto e branco. Este não será apenas mais um estádio. Será uma declaração. Uma promessa cumprida. — diz trecho da carta sobre o estádio.


John Textor afirmou algumas vezes que gostaria de retirar a pista de atletismo da arena localizada no bairro do Engenho de Dentro.


No entanto, a Prefeitura é contra a saída da pista do estádio, construído para os Jogos Pan-Americanos de 2007 e sede do atletismo nas Olimpíadas de 2016. Assim, Textor passou a procurar outros terrenos pelo Rio de Janeiro. Um dos objetivos do americano é deixar a arquibancada perto do gramado.


FATOR 2031


A escolha da cidade-sede para os Jogos Pan-Americanos de 2031 está em disputa entre duas candidaturas: uma conjunta do Rio de Janeiro e Niterói, no Brasil, e outra de Assunção, no Paraguai, que será definida por uma eleição do PanAm Sports em outubro de 2025. Supondo que a cidade do Rio De Janeiro vença e junto de Niterói consigam sediar os Jogos Pan-Americanos de 2031. A EAGLE e Ares podem novos aportes para a construção do Novo Estádio. 



2 ótimos lugares sem sombra de dúvidas, o primeiro, que é o Caio Martins em Icaraí, zona sul de Niterói, reduto do Botafogo presente na campanha do Bicampeonato Brasileiro de 1995, e além da difícil Série B de 2003, onde o Botafogo passou pelo crivo, na ocasião pela primeira vez. E conseguiu fazer ótima campanha jogando em casa para voltar à elite do futebol brasileiro na época, no ano seguinte de 2004.


Situação do Caio Martins: 


No dia 1º de Fevereiro de 2023, o Estádio Caio Martins oficialmente deixou de estar concedido ao Botafogo de Futebol e Regatas, este vínculo era desde o ano de 1988. O Complexo Esportivo Caio Martins pertence ao governo do Estado do Rio de Janeiro. Suas dependências contam com piscina, ginásio multiuso, três quadras poliesportivas externas.



Estádio Caio Martins está abandonado, a capacidade da última remodelação 2003-2005 era de 12 mil torcedores - Foto Agosto de 2025 - por Rafael Timileyi Lopes


A situação do Complexo Esportivo Caio Martins em Niterói envolveu uma tentativa de incluir o local na lista de imóveis do estado do Rio de Janeiro para leilão, o que foi questionado por defensores do complexo como um patrimônio social. Em agosto de 2025, um deputado estadual solicitou ao governador, que atendeu ao pedido, que o Caio Martins fosse retirado da lista de leilão, buscando preservar a função social do espaço para a cidade e o estado. 


Na ocasião, circulava a informação de que o local passaria para a iniciativa privada, transformando-se possivelmente em shopping ou dando lugar a prédios. Durante essas reuniões, tanto o secretário de Esporte, Rafael Picciani, quanto o assessor especial do governador Cláudio Castro, Bruno Lessa, garantiram que os serviços esportivos oferecidos permaneceriam, o que foi ao encontro da vontade dos usuários do espaço. Cerca de dois anos depois, o Caio Martins, localizado numa das áreas mais nobres da cidade, em Icaraí, voltou ao centro das preocupações e da atenção, ao aparecer na lista de 48 imóveis que o governo do estado tem a intenção de leiloar.


O documento, uma mensagem do Poder Executivo do Rio de Janeiro enviada à Alerj no último dia 11, propõe um Projeto de Lei Complementar (PLC) para estabelecer normas aplicáveis à alienação onerosa de imóveis estaduais. A mensagem destaca a necessidade de racionalizar o ativo imobiliário e melhorar a gestão do patrimônio do estado, dado que o Rio de Janeiro tem cerca de 3.500 imóveis cadastrados, cuja manutenção gera custos significativos. A alienação desses imóveis visa a reduzir despesas e gerar receita para os cofres públicos. O projeto detalha os procedimentos para a alienação, incluindo avaliação, licitação, condições de pagamento e direito de preferência para ocupantes. O documento também ressalta a importância de estudos técnicos prévios e de se observar restrições administrativas e urbanísticas. Além do Caio Martins, Niterói tem mais três imóveis na lista do leilão (veja no final do texto). Bens da capital e Maricá completam o inventário.


Nos bastidores, o deputado estadual Vitor Junior (PDT) afirma que começou a costurar uma série de conversas e encontros, inclusive com o governador Cláudio Castro, para garantir a retirada do Caio Martins dessa lista. Já com uma emenda parlamentar pronta, o deputado precisa agora esperar que o PLC seja votado na Casa Legislativa para que o texto dele seja apreciado. Apesar disso, ele garante que já apresentou a ideia ao governador e aos colegas parlamentares da cidade, os também deputados Flávio Serafini (PSOL), Verônica Lima (PT) e Douglas Gomes (PL). Além disso, afirma que participou da última reunião do Colégio de Líderes da Alerj, realizada na terça-feira passada.


— Ninguém percebeu que o Caio Martins estava na lista. E, quando eu soube, a primeira iniciativa foi ligar para o governador, para garantir que o espaço não seja privatizado, como já havia sido acordado lá atrás, e continue 100% público — diz.


Piscinão

Outro ponto que chamou a atenção após o governo protocolar o PLC foi o possível impacto na realização de obras de macrodrenagem que levarão todo o volume de água pluvial para um piscinão subterrâneo, a ser construído no terreno onde hoje se encontra o campo do Caio Martins. O estado realizou uma cessão provisória do espaço à prefeitura. Vitor Junior, porém, descarta qualquer impacto negativo nesta obra.


Sobre o assunto, o prefeito Rodrigo Neves afirmou que vai anunciar nos próximos dias o edital para contratação da obra de macrodrenagem a fim de tentar resolver o problema das enchentes que há décadas afetam regiões de Icaraí, Santa Rosa e Cubango. Rodrigo destacou ainda que, caso a cidade seja escolhida como sede do Pan-Americano de 2031, o complexo esportivo passará por modernização, e o campo do estádio ganhará novos equipamentos esportivos.


— Desde o início do ano temos uma equipe grande de engenheiros trabalhando nos estudos de drenagem, e agora temos a solução. Vamos anunciar nos próximos dias um grande investimento para resolver definitivamente esse problema de décadas, com galerias de 5x2 metros e um reservatório de mais de 80 milhões de litros sob o campo inutilizado do Caio Martins. Esse espaço também será modernizado se conquistarmos o Pan de 2031, transformando-se em um grande parque esportivo para a cidade — afirma o prefeito.


Outro assunto que retornou com o leilão foi a municipalização do complexo, defendida inclusive por vereadores da base do governo de Niterói. No entanto, essa ideia foi descartada pelo deputado, que indica uma gestão compartilhada. Com problemas estruturais visíveis, o Caio Martins também não deve ser tombado.


— Essa ideia de a prefeitura assumir a gestão de lá está descartada. O que precisamos é unir forças para recuperar o complexo e colocar os equipamentos do Caio Martins dentro dos padrões internacionais de competição. E o tombamento é uma ideia que acaba inviabilizando qualquer obra de grande porte, pois teríamos que manter tudo como está — diz Vitor Junior.


Caso Rio e Niterói não vençam a candidatura de sediarem de forma conjunta o PAN 2031, o antigo Estádio de Marechal Hermes no bairro de Deodoro, na zona oeste da Rio de Janeiro, é uma segunda opção excelente, pela história do Botafogo lá.


Atual situação do terreno, onde ficava localizado o antigo Estádio Marechal Hermes - Foto Reprodução TV GLOBO Maio de 2024



Antes do Alvinegro utilizar o espaço, o campo pertencia ao Sport Club União e foi inaugurado em 1922. Após a venda da sede em 1976, a equipe alvinegra só começou a treinar em Marechal Hermes em 1977. O estádio, batizado de Mané Garrincha, só foi inaugurado em 1978, com arquibancadas tubulares e capacidade para 20 mil pessoas, antes de ser tombado, a capacidade caiu para 12 mil pessoas.



Terreno de Marechal Hermes — Foto: Igor Mattos

A última partida do time profissional do Botafogo no local foi em 1986, na vitória sobre o Goytacaz por 1 a 0. Com uma parceria com Prefeitura de Niterói, o clube passou a utilizar o estádio Caio Martins. Após recuperar sua sede social nos anos 1990, o Botafogo deixou o espaço de Marechal Hermes para a base.


Domingos Elias Alves Pedra, o Dé Aranha, passou dois anos e meio como jogador e 10 anos sendo treinador da base do alvinegro no espaço. Ele marcou o primeiro gol do estádio no dia da inauguração. Dé não conteve a emoção ao relembrar o estádio em seu auge. Ao ver o estado de deterioração do terreno, ficou incomodada. O estádio não existe mais, e a vegetação toma conta do terreno na zona norte do Rio de Janeiro.


Assista abaixo, a matéria do GE de 11 De Maio de 2024, sobre o antigo Marechal Hermes:



- Isso aqui é uma irresponsabilidade das pessoas que comandam ou comandaram o Botafogo, não se joga fora um patrimônio desse. Eu estou vendo o estádio cheio, eu não vou sair daqui vendo isso aqui, meus olhos me mostram uma coisa e meu coração me mostra outra coisa completamente diferente.


Obrigado estádio Mané Garrincha, obrigado pelas alegrias que você me deu ao longo da minha longa vida

— Dé Aranha

Do time campeão da Copa Conmebol de 1993, 15 jogadores são crias de Marechal Hermes. O goleiro Willian Bacana; os zagueiros André, Cláudio e Rogério Pinheiro; os laterais André Duarte, Clei, Eliomar e Alexandre Agulha; os volantes Nélson e Fabiano; e os atacantes Marcelo Carioca, Marcos Paulo, Luciano, Rocha e Sandro Silva.


O ex-jogador Nelson Araújo, que morou em Marechal por quatro anos, pede que o clube "olhe para o estádio, onde surgiram inúmeros jogadores de seleção brasileira".




Na gestão do então presidente Maurício Assumpção, o Botafogo chegou a anunciar a revitalização do local. A ideia era construiu um CT de ponta. O projeto, orçado em R$ 14 milhões na época, previa a construção de quatro campos, piscina de 25 metros, centro médico, caixa de areia e um hotel-alojamento.


Com o terreno em uma disputa judicial, envolvendo também o Exército, a ideia de Assumpção nunca saiu do papel, o Botafogo devolveu o terreno à União. Hoje, pertence à secretaria de educação do Rio de Janeiro e ainda não está acertada a destinação do local.


Portanto a torcida do Botafogo ainda pode sonhar com uma volta do bom filho Botafoguense voltando ao Marechal Hermes ou Caio Martins, ambos dá para construir este novo Estádio de 40 mil torcedores. Pode surgir um outro terreno? Pode sim, mas tanto o Caio Martins quanto o Marechal Hermes fizeram parte da história do Botafogo em décadas passadas. E tudo ocorrer bem, pode um desses 2 estádios no futuro nada distante, ser novamente casa do Botafogo.

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