Botafogo é fatal contra o Flamengo, e Artur Jorge dá ao Fogão a confiança que precisava


Nem o sol das 11h da manhã no Rio de Janeiro que estava perto dos 38 graus, impediu mais uma vitória do Botafogo, que está embalado com o Artur Jorge. Na manhã deste domingo, no Maracanã, o Alvinegro venceu o Flamengo por 2 a 0, quebrou a invencibilidade em clássicos do rival e segue entre os primeiros do Brasileirão. A partida contou com boa atuação do atacante Luiz Henrique, que marcou o primeiro gol - Savarino fechou o placar.


O duelo era pelo topo da tabela, e sabendo da importância do resultado no clássico para a autoestima botafoguense, o treinador português entrou em campo com força máxima - mesmo em meio à sequência de jogos decisivos em um calendário apertado. O Botafogo tinha três vitórias em sequência.


Botafogo entrou em campo com: John; Damián Suárez, Lucas Halter, Bastos e Hugo; Danilo Barbosa, Marlon Freitas, Luiz Henrique e Savarino; Eduardo e Júnior Santos.


Com esquemas distintos, o duelo inicial parecia estar no meio de campo: o Botafogo tinha dois volantes, Marlon e Danilo, enquanto o Flamengo preenchia esse setor em mais número, com Pulgar, De la Cruz e Arrascaeta. Essa superioridade deu mais volume ao time da casa na pressão na saída de bola do Alvinegro.


Uma tática recente adotada por Artur Jorge é essa saída com troca de passes curta, começando com o goleiro John - escolhido nos dois últimos jogos também para exercer essa função extra com os pés. E foi assim, nos desarmes do time de Tite, que o Alvinegro passou a sofrer e ser atacado.



No primeiro tempo, Luiz Araújo, que jogou quase no um contra um com Hugo, e Pedro, que tinha a missão de se livrar da marcação da dupla Halter e Bastos, foram os que estiveram mais perto de abrir o placar. O Botafogo respondia nas bolas longas, ou na quebra de linhas com passes de Júnior Santos e Luiz Henrique. O camisa 7, inclusive, foi o que mais tentou na etapa inicial, embora sem perigo.


O segundo tempo fatal

O Botafogo voltou do intervalo sem mudanças, apenas com ajustes do treinador nos cerca de 10 minutos de conversa no vestiário. E logo aos sete minutos chegou ao primeiro gol em cobrança de encanteio ensaiada.



Hugo e Savarino foram para a bola, mas o camisa 10 assumiu a cobrança direta e rasteira na entrada da área. Luiz Henrique aproveitou a falha da defesa rubro-negra - que deixou o jogador adversário mais agressivo livre - e chegou chutando de chapa, no canto direito de Rossi, sem chance para o goleiro.


O gol silenciou maior parte do Maracanã, enquanto só os gritos dos cerca de quatro mil alvinegros ecoavam no estádio, junto com a comemoração do "Pantera Negra", que até usou máscara.


O Flamengo insistia, de um lado e outro, mas sem contar com seu velocista Bruno Henrique, que foi anulado pelo uruguaio Damián Suárez desde o início do jogo. O Botafogo respondia as investidas na transição rápida, que a partir da metade do segundo tempo passou a contar com Tchê Tchê e Jeffinho - esse, inclusive, teve boas duas chances, mas não conseguiu converter em gol.


Jeffinho perdeu um gol que já poderia ter decidido a partida, e por sinal seria um lindo gol, jogada que começou desde a defesa do Botafogo, com várias trocas de passes:



Lá e cá, o jogo seguiu e o árbitro deu nove minutos de acréscimo. Nesse momento, o Flamengo ocupou o campo ofensivo, mas coube ao Botafogo colocar números finais ao placar.


Aos 47, Diego Hernández recebe pelo lado direito, perde a bola, mas recupera em seguida sobre Fabrício Bruno - o Flamengo, inclusive, pediu falta no lance. O uruguaio dá sequência, passa para Jeffinho na entrada da área, que serve Savarino. O venezuelano aparece livre e chuta rasteiro para sacramentar a vitória alvinegra:



Não foi um jogo fácil, exigiu muita paciência e solidez defensiva no primeiro tempo. Além da vitória, o Botafogo saiu de campo sem sofrer gols, algo difícil nas últimas partidas.


Aos poucos, o time começa a se ajustar defensivamente, e neste domingo foi uma amostra de que há um trabalho em construção nesse setor. Assim também no setor ofensivo, que exibiu repertório com bolas paradas, jogadas individuais e transições rápidas.


                                                                  (Vitor Silva/Botafogo FR)


Assim, o Botafogo vai assumindo a cara do Artur Jorge, que chega em sua quarta vitória seguida no clube. E tão importante quanto a vitória é o desempenho do time, que tem o objetivo claro de chegar ao gol de forma mais rápida e dinâmica possível.


Vitória em clássico que eleva a autoestima do torcedor, que se alegra com os resultados a entrega do time em campo, e dos jogadores, que voltam a ter confiança para lutar pela classificação na Libertadores, manter o topo no Brasileiro e buscar o primeiro resultado positivo na Copa do Brasil.


O Botafogo volta a entrar em campo na próxima quinta-feira, às 19h, contra o Vitória, no Nilton Santos.

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