A partida contra o Atlético de Madrid, às 16h desta segunda-feira, não marcará o primeiro encontro entre Renato Paiva e Diego Simeone, técnico da equipe espanhola. O treinador do Botafogo fez estágio com o argentino em 2018.
Assista abaixo:
Na época, o português era comandante dos times de base do Benfica e era comum que, durante as férias e intervalos de Data Fifa, procurasse outros clubes e/ou treinadores para passar dias observando seus métodos de treino e de gestão de jogadores.
A forma de lidar com o grupo e princípios defensivos foram dois dos principais aspectos que Paiva carregou consigo nos sete dias que passou na capital espanhola.
— Eu valorizo muito quem faz muito com menos que outro. Quando Diego (Simeone) chegou, vocês lembram como o Atlético estava? No segundo ano ele já começou a competir contra Barcelona e Real e se você comparar os três elencos os outros dois tinham muito mais qualidade. A partir disso, se você compete e ganha campeonatos no Camp Nou, ganha em finais de Champions com um grupo que, para mim, não tinha a mesma qualidade é muito bom. Ser bom é fácil, mas ser bom com pouco é excelente. Quando é Pep Guardiola, consegue fazer o que faz sempre, mas Simeone nunca esteve, na teoria, com os melhores elencos da Europa.
Além de Simeone, Paiva também fez estágios com Jorge Sampaoli, no fim da passagem dele pela seleção do Chile, e Pep Guardiola no Barcelona - naquela que o português considera sua maior inspiração.
Paiva carrega consigo pontos de todos os treinadores que trabalhou e conviveu durante os tempos de Benfica, mas o período em La Masia foi o que mais lhe inspirou. Foi lá que desenvolveu o gosto pelo jogo posicional, forma que aborda as funções táticas no Botafogo.
O estilo ofensivo do Alvinegro, claro, não segue à risca aquilo que é praticado por Guardiola. Mas a inspiração do português é seguir a filosofia do espanhol: valorizar a posse de bola, tentar quebrar as linhas a partir do passe e sempre ter jogadores bem abertos nos lados do campo para gerar amplitude. Foi assim que Pep comandou Barcelona, Bayern de Munique e hoje o faz no Manchester City.
— A minha visão do jogo tem muito a ver com a questão posicional, o jogo posicional que eu bebi quando estive em Espanha, quando estive em La Masia. Eu digo sempre que há um treinador antes de ir a Barcelona e depois de ir a Barcelona, estagiar com o Barcelona, com o Guardiola e com o centro de formação do Barcelona - afirmou Paiva em entrevista à Conmebol em março.
O português chegou ao Benfica no começo dos anos 2000 para trabalhar no departamento de scouting das categorias de base, mas logo passou a ser treinador dos times das categorias inferiores. Por lá, também teve contato com diferentes identidades e nomes - ele cita Jorge Jesus, ex-Flamengo, como uma inspiração.
— Paralelamente, mantive as minhas observações e estudos. Em 2012, fui à La Masia, em Barcelona, conhecer o trabalhar do clube. Foi uma experiência transformadora. Assisti alguns treinos de Pep Guardiola, além de acompanhar toda a rotina da base do Barcelona. Na minha visão de futebol, aquela experiência foi um marco. Existe um antes e um depois do que aprendi no Barcelona - disse ao "Coaches' Voice".
Com inspirações de todos os lados, Renato Paiva chega na última rodada da Copa do Mundo de Clubes tendo o Botafogo como líder do Grupo B, à frente de PSG e do próprio Atlético. O Alvinegro pode perder por até dois gols de diferença para garantir a classificação ao mata-mata.