Campeão pelo Botafogo em 1995, Sérgio Manoel destaca identificação com o clube: Quando te dão amor, você se apaixona. Não falem mal do Botafogo, porque a briga é certa comigo (VÍDEO)


    
Sérgio Manoel e Fernanda Maia - Foto Reprodução: Botafogo TV


Bicampeão Brasileiro pelo Botafogo em 1995, Sérgio Manoel não esconde sua identificação e sua paixão pelo clube. Em entrevista ao podcast comandado por Fernanda Maia, na Botafogo TV, o ex-meia contou como nasceu essa relação com o Fogão.


Assista abaixo:


– O Botafogo é algo assim que a gente não consegue muitas vezes explicar com palavras. Eu começo no Santos e até então eu me acho santista, porque você não tem uma outra referência. Aí eu jogo no Fluminense e vejo que o coração continua lá preso em Santos, por causa da família, onde eu fui criado. E eu volto de um empréstimo do Fluminense pro Santos e sou encostado. E por essas coisas do universo, o Botafogo me contrata por empréstimo. Aí eu falo, caramba, cara, eu estava encostado aqui, como é que vai ser quando eu chegar no Botafogo? Eu sou recebido, como se eu fosse, na época o Raí, que era o nome no Brasil. E eu vejo o tratamento que a torcida do Botafogo, na volta olímpica, na época de apresentação, tem comigo. E eu me sinto um Raí naquele momento. Eu falo, cara, eu nunca vivi isso, nem no Santos, nem no Fluminense – lembrou.


– E aquilo já me dá uma sensação diferente. Tudo começa com muita dificuldade no Botafogo, mas individualmente, para mim, tudo encaixa. Parece que aquela bagunça que o time se encontrava faltava uma peça pra encaixar. E o torcedor rapidamente me abraça como um xodó pelo meu jeito de jogar, pela entrega. E aí eu falo, quando te dão amor, você se apaixona. Eu fui acolhido. E aí eu me transformei em botafoguense, que não falem mal do Botafogo, porque a briga é certa comigo – destacou.


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Identifica-se com qual jogador de 2024?


Olha, na função, seria o Almada. Agora, aquele cara com quem eu me identifico e um cara que muitas vezes eu vejo que nem leva o crédito pela partida que o time fez é o Gregore. Porque ele se entrega, ele não tem problema de estar na sombra, ele não tem problema do reconhecimento não chegar, mas eu garanto pra você que quando chega no vestiário, todos os jogadores vão lá dar um abraço pra ele e falar, valeu, cara, obrigado. Porque ele se entrega.


– Ele é de uma dinâmica no jogo, que eu falo assim, ter ritmo é uma coisa, mas alternar ritmo, como ele faz, corre pra trás, ele rouba a bola e tem força pra chegar. Quantas vezes eu vi o Gregore roubar a bola e começar o ataque? Pra quem tá de fora, não sabe o quanto de parte física, de entrega mental, de consciência profissional, o cara precisa ter. É um cara que se cuida, é um cara que treina pra caramba, é um cara que ouve o vestiário. A tática que o treinador combinou com os jogadores passa pela consciência do jogador. E ele, com certeza, é um dos caras mais lúcidos nesse sentido. Então, eu acho que o Gregore é esse tipo de jogador. Não só no Botafogo, qualquer time que ele jogue, ele vai ser um cara que acaba ajeitando o time.


Botafogo gigante


– Eu vou falar pra você que eu não estava acostumado com essa moleza que esse time tem proporcionado para a gente, né? De ver o Botafogo enfrentar todo mundo de igual. Eu digo que depois de 95 é a primeira vez que eu vejo o Botafogo ser respeitado pelos times. Apesar que eu ainda acho que a imprensa tira muito do nosso valor. Sabe? Põe o Botafogo num patamar que não é o dele. O Botafogo é gigante. Fora do país, todo mundo conhece. Eu vivo nos Estados Unidos hoje. Eu vou em vários lugares com a Juventus, porque eu sou treinador da Juventus hoje. Quando me reconhecem como treinador da Juventus, associam com o Botafogo. Então assim, a imprensa brasileira tem algo com o Botafogo que agora eles vão ter que acabar aceitando de uma vez por todas que o Botafogo não é isso que eles tentam passar. O Botafogo é infinitamente mais. Sabe? Eu tenho entrado em redes sociais, disposto mesmo porque eu acho que o respeito é fundamental. E brigo na rede social. Não vem falar do Botafogo de um jeito que eu não vejo que é respeitoso que eu vou lá. Eu falo, não, não é isso não, cara. Também não falto com respeito. Sabe? Respeito com respeito. Mas se o cara não respeita, eu faço ele ver que ele está errado. Boto minha opinião, cito o nome dele, marco lá a minha arroba lá, pode entrar em contato comigo, vamos trocar ideia. Mas o Botafogo hoje é campeão brasileiro e campeão da América do Sul. Então enquanto não termina o ano, isso tem que ser falado.


Copa do Mundo de Clubes


– O Botafogo está acostumado com isso. É verdade. Agora, a gente vai mandar um recado nesse Mundial. Onde a gente chegou dessa maneira, campeão de tudo que a gente jogou e ainda assim desacreditado. Então o Botafogo chegou agora e mandou outro recado. Olha só, o melhor time da Europa, nós vencemos. Aliás, nunca perdemos pra eles. São três jogos, três vitórias. Então eu vou falar pra todo mundo aqui. Nós vamos muito além do que a imprensa brasileira acha. Quando todos não acreditam, o Botafogo vai lá e surpreende. Está assim desse jeito? Está bom, está a nosso favor. É o cenário perfeito pra gente chegar. Só é surpresa pra quem é de fora. Pra nós que estamos aqui vivendo o Botafogo há anos, é o normal nosso. Nós vamos chegar.


Recado para a torcida


– Eu queria mandar um beijo pra todo o botafoguense que, assim como eu, sofre, luta e está na torcida naquele negócio de roer a unha. Onde vocês me virem podem vir dar um abraço porque eu sou um de vocês. Eu sempre deixei isso claro. Eu não tenho esse negócio eu sou ex-jogador, não tenho mais nada com isso, sou uma pessoa normal hoje. E esse carinho hoje é fruto de tudo que eu fiz. Então pode vir tirar uma foto, pegar um autógrafo, nós estamos juntos sempre. Amo vocês e sou um torcedor como vocês.

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