Em coletiva de imprensa antes do Botafogo enfrentar o PSG, Renato Paiva diz que ¨fez asneira¨ no segundo tempo contra o Seattle Sounders; Elogia Abel Ferreira e Renato Gaúcho por exibições, além de ter aplaudido descontentamento dos jogadores do Botafogo no Vestiário após o fim do primeiro jogo



O técnico do Botafogo, Renato Paiva na coletiva de imprensa no Estádio Rose Bowl, em Pasadena/Califórnia, começou a coletiva de ontem, deste jeito: "Acho que o cemitério do futebol está cheio de favoritos". Essas foram as primeiras palavras do técnico Renato Paiva quando perguntado sobre PSG x Botafogo, nesta quinta-feira, pela segunda rodada da Copa do Mundo de Clubes 2025. As equipes se enfrentam às 22h (horário de Brasília). Ao falar sobre o confronto, o treinador alvinegro citou o desejo de seguir distante da "área emocional" do favoritismo e garantiu ter seguido a mesma rotina de preparação.


Veja abaixo:




— Acho que o cemitério do futebol está cheio de favoritos. É um jogo, há probabilidades, mas nós que preparamos os jogos fazemos da mesma forma. Quero que minha equipe faça certas coisas, corrija o que deu errado, e no último jogo não foram poucas coisas, ver as fragilidades do adversário e a partir disso lutar pelos três pontos. Se entrar nesse campo de favoritismo, é uma área emocional que você não controla. É impacto que eu quero retirar. O adversário é quem é, mas também ganha, perde e empata. Se falar que somos favoritos poderemos ir para o jogo confortável; se falar que somos piores, eles podem ir com medo. Eu quero que eles sejam eles mesmos. Só isso.


Ao falar sobre as correções que desejava implementar na equipe do Botafogo, Paiva admitiu ter recorrido a vídeos com instruções para o elenco. Nos dois treinos seguintes à partida contra o Seattle Sounders, os atletas que jogaram no Lumen Field se ausentaram das atividades no campo.



Assista abaixo:




— Não (foi possível corrigir o que estava errado). Nós tentamos nivelar os níveis físicos e técnicos com quem não jogou. Sempre temos limitações. A única forma que tem para trabalhar é vídeos, individuais e coletivos, e em setores. Foi isso que fizemos. Analisamos vídeos nossos e vídeos do PSG. Nos preocupamos primeiro conosco. Só hoje fomos ao campo. É assim que nos preparamos para essa competição e isso não é novidade para quem joga no Brasil.


O técnico também revelou ter aplaudido a reação do elenco do Botafogo na sequência da vitória por 2 a 1 sobre o Seattle Sounders, no último domingo. Mesmo com a vitória e os três pontos garantidos, Paiva relatou ter encontrado um "clima fúnebre" no vestiário devido à queda de rendimento na segunda etapa.


— Quando entrei no vestiário, era quase um clima fúnebre. Eu bati palmas. Fiquei feliz porque vi que eles não estavam felizes com a exibição. Eles têm caráter, reagem sempre muito bem perante a adversidade. Fiquei extraordinariamente feliz, entre aspas, quando entrei no vestiário e eles estavam tristes. Ganhamos, mas parece que não ganhamos.


O Botafogo é o atual vice-líder do grupo B da Copa do Mundo de Clubes, com três pontos - o Paris Saint-Germain, rival desta quinta-feira, lidera a chave pelo saldo de gols superior. O Seattle Sounders ocupa a terceira posição da chave, e o Atlético de Madrid é o lanterna.


— Me coloco em primeiro lugar e à frente de todos nos erros coletivos. Disse isso para todos. Entramos com um ótimo plano de jogo, 2 a 0, estávamos bem, o Seattle só teve uma chance de gol... No intervalo, eu comecei a não ajudar minha equipe. A intenção foi tirar um 9, o Mastriani, que estava bem, e colocar o Correa e ter o Savarino para dentro porque o adversário iria deixar espaço porque eu queria ter mais bola. Não funcionou porque o Joaquin veio em condições físicas dificeís e eu me precipei na utlização do Joaquin.


— A partir disso é tentar corrigir, tirar o Savarino que estava desgastado por causa da seleção, colocar Correa no meio porque não conseguiu defender o corredor, pus o Cabral e tive o Igor no corredor mas a intenção era ter dois na frente. Não queria que ele acompanhasse lateral. O Botafogo não acompanha lateral de ninguém, quem sabe analisar analisa bem.


— Não resultou, a equipe foi recuando, senti o time cansado e terminei por colocar o Danilo quando a equipe já não conseguia ter bola. Eu não ajudei minha equipe durante o jogo, porque no pré-jogo as coisas correram muito bem. Essa é a vida do treinador. Contra o Carabobo, coloquei o Patrick de Paula no lugar do Gregore e me chamaram de burro. Dez minutos depois, Patrick fez o gol. Foi uma má noite, reconheci perante os jogadores. Eles precisam saber que há um homem que saiba reconhecer que fez asneira e bola para frente.


— É a primeira vez que vários continentes jogam em fase de grupos. Tudo é teoria. "Ah, se o Palmeiras jogasse em Portugal", "ah, se o Benfica jogasse no Brasil"... Gosto do que é o real. Aqui, há um nivelamento interessante. Há um hábito de tirar mérito das vitórias do Botafogo. Não gosto de coitadismo, mas existe isso. O Seattle joga bem e no dia seguinte eu vi o Chelsea passar dificuldade contra o LAFC. Eu não entro nesse mérito. Daquilo que já vi, só o Auckland teve o resultado que teve porque é uma equipe amadora. Qualquer outro tipo de resultado não vai surpreender.


— Acho que sim. As quatro equipes foram competitivas. Flamengo e Botafogo ganharam, e Palmeiras e Fluminense fizeram ótimas exibições. Fiquei com a sensação de que o Botafogo perdeu o jogo. Jogamos mal o segundo tempo, mas ganhamos. Se eu perguntar ao Abel e Renato Gaúcho, eles trocariam a qualidade da exibição pelos três pontos. Nesses torneios curtos, o importante é ganhar. Prometi que faria de tudo para ganhar e agradasse aos torcedores. Quando entrei no vestiário, era quase um clima fúnebre. Eu bati palmas.


— Fiquei feliz porque vi que eles não estavam felizes com a exibição. Eles têm caráter, reagem sempre muito bem perante a adversidade. Fiquei extraordinariamente feliz, entre aspas, quando entrei no vestiário e eles estavam tristes. Ganhamos, mas parece que não ganhamos. Mas nunca competição dessas tem que ganhar. Abel e Renato trocariam a exibição pelos três pontos. Esse grupo o que pode fazer amanhã é melhorar a performance, o que não vai ser difícil, e ser eles próprios, independentemente de quem está do outro lado. E estou muito convencido que isso vai acontecer.


O que espera de Savarino?

— O que espero dele e dos outros é que interpretem os momentos das partidas conforme trabalhamos. Quando ficamos sem bola, que todos defendem. No PSG, todos atacam e todos defendem. Quero de Savarino e de todos, que todos defendam sem bola. Seja pressão alta, baixa... Tudo vai da estratégia. Com bola, que cheguemos rápido ao gol e tratemos bem a bola. Uma equipe equilibrada e que interprete bem os momentos do jogo. Savarino é um jogador de seleção, grande jogador, mas faz parte do coletivo. Gosto de olhar para o coletivo. Meu trabalho é me conectar com o coletivo e fazer com que eles comprem a ideia de jogo.


Mudanças no time e tempo para treinar com o grupo completo:

— Fizemos uma pré-temporada em março quando cheguei e conheci os jogadores bem naquela época. Tive reuniões particulares com todos para conhecê-los como pessoas e atletas. Não preciso dessa competição para conhecê-los. Chegaram cinco jogadores agora, e esse é o momento que posso conhecê-los melhor e aumentar a conexão deles com os outros e com a ideia de jogo. Arthur Cabral e Joaquin Correa estavam de férias, então temos que ir devagar nas sessões de treino... Sempre quando você sai do país e fica junto em um lugar o dia todo, é importante para você se conhecer e aumentar a conexão. Vou gostar desse momento, mas não tenho todo o tempo que preciso. Mas assim vamos seguindo.


Pedido para o jogo contra o PSG:

— A sessão de vídeo, além das minhas asneiras, mostrou coisas que não fizemos no primeiro tempo. A sessão foi: "Olhem as coisas que não fizemos e o que deu, e olha o que fizemos e o que deu". Mostramos a oportunidade de gols na base da paciência. Tocar as linhas de adversários, virar o jogo, não vou contar tudo. No segundo tempo, o time piorou com minha intervenção. Em uma sociedade tão negativa, o que vende é o que não presta, fico feliz que alguém traga o positivo.


— Nós ganhamos, no intervalo estava 2 a 0 e poderíamos ter feito mais gols. É questão do equilíbrio. Fomos mal no segundo tempo e parece que está tudo mal. Nos últimos 12 jogos, o Botafogo tem nove vitórias e duas derrotas, contra o Capital com time reserva, e um empate. E parece que está tudo mal. Está muito caro valorizar alguma coisa de positiva que se faça. Faz uma coisinha negativa e é logo uma catástrofe. É social, não é futebol.


— (Contra o PSG), é perceber que o adversário de amanhã é diferente do anterior. Que o adversário é muito bom, mas não é infalível. Vamos nos agarrar a isso, mas sem desvirtuar a nossa ideia. O caminho é esse. Por isso que peço para os meus jogadores serem eles mesmos.



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