O técnico do Botafogo, Davide Ancelotti, passa por um momento de turbulência no comando do time. Depois de abrir 3 a 0 sobre o Mirassol, o Alvinegro caiu de produção na segunda etapa e sofreu o empate em casa, no estádio Nilton Santos, nesta quarta-feira, pelo Brasileirão. Parte da torcida atribuiu a queda de desempenho e o resultado ao trabalho do treinador, que ouviu gritos de burro e xingamentos vindos das arquibancadas.
Assista abaixo:
— É difícil fazer uma análise. Não tem muita explicação agora. Precisamos de tempo para analisar o que aconteceu na segunda etapa. Um primeira etapa muito boa em que jogamos o melhor futebol. Uma segunda etapa em que desaparecemos — considerou o técnico.
O início foi promissor para o Botafogo. O time se impôs, conseguiu fazer 3 a 0, com gols de Savarino, Chris Ramos e Montoro, e teve até chances de ampliar. Porém, ao voltar do intervalo o Alvinegro não resistiu à pressão do Mirassol e tomou o primeiro gol com 35 segundos. Ao todo, foram necessários 15 minutos para sofrer o empate.
Um dos marcos do Botafogo em 2023 foi a derrota por 4 a 3, de virada para o Palmeiras, no estádio do Nilton Santos. À época, o revés levantou questionamentos sobre mentalidade do elenco. Dois anos depois, o treinador criticou a reação anímica dos jogadores no segundo tempo.
— Oscilar tanto é uma questão de mentalidade, nas adversidades não soubemos reagir bem. Hoje não tivemos uma reação boa na primeira adversidade. No último jogo contra o São Paulo, a gente jogou muito mal (...) Seguramente a imagem que temos que ter é a imagem da primeira etapa.
— Temos que procurar manter esse nível de jogo mais tempo e saber priorizar dentro do jogo, saber ler dentro do jogo, quando é momento de saber defender bem, esse time sabe defender bem. Mas não perder a cabeça em um momento de dificuldade. Então com esse problema que temos, não temos continuidade, precisamos reagir bem às adversidades — analisou.
As perspectivas do Botafogo se afunilam neste momento da temporada. Na última quinta-feira, a equipe foi eliminada da Copa do Brasil pelo Vasco e, há cerca de um mês, havia deixado a Libertadores. O Brasileiro é a única competição que resta ao Alvinegro, e os tropeços recentes impediram o time de alcançar o G-4.
O time volta ao Nilton Santos no próximo sábado para enfrentar o Atlético-MG, às 18h30, pela 24ª rodada.
Veja outras respostas do treinador:
Barrera pode ser mais utilizado?
— Quando voltar, vai treinar com o time. É um jogador do elenco que pode ajudar nas pontas, pode jogar na direita e na esquerda. Mas agora está com a seleção e durante o Mundial sub-20 não vai ficar com a gente. Mas, sim, é um jogador que vai ser utilizado quando voltar.
Três gols sofridos em 15 minutos
— Como eu falei, é difícil analisar agora, precisamos de tempo para analisar o que aconteceu. Seguramente aconteceu que relaxamos. Três gols em 17 minutos, se você está concentrado, não acontece. Então agora eu preciso de tempo para analisar o que aconteceu.
Erros defensivos
— A bola parada é um aspecto que temos que melhorar, a bola parada defensiva, mas não só a bola parada escanteio, quanto falta lateral, porque no jogo de hoje e contra o Bragantino foram gols de falta lateral. É uma questão, a fase defensiva, de concentração. É verdade que nesse aspecto não temos a solidez que tivemos nos primeiros jogos, temos que trabalhar nisso. Um jogador fundamental nisso, que é o Barboza, teve problemas, e agora está voltando ao seu nível. Mas temos que seguir trabalhando e no momento da adversidade ser um time mais sólido, como hoje não aconteceu no segundo tempo.
Como motivar o torcedor
— Com resultados e não com palavras. Ganhar jogos e jogar bem. Não posso fazer outra coisa. Trabalhar para que o time jogue os 90 minutos como fez na primeira etapa. Jogando bem, o torcedor vai voltar a acreditar nesse time. Se jogar como na segunda etapa, posso compreender o torcedor.
Vai poupar jogadores ainda?
— Posso dar mais continuidade ao time. Agora conheço bem o elenco. Mas, como sempre, a cada jogo vou colocar o que acho melhor para ganhar. Se precisarmos mudar algumas posições, vamos fazer isso. Mas agora que temos essa competição vamos com continuidade.
Sobre motivação do elenco e saída de Danilo
— Sim, Danilo sentiu um pouco um pequeno problema que teve desde o jogo contra o Vasco, ele pediu a substituição no intervalo. O elenco tem que se motivar porque somos profissionais, porque se classificar à Libertadores pelo elenco do próximo ano e à Copa do Brasil é fundamental. Não tem motivação maior que ficar na Libertadores. É um motivo para os jogadores, os jogadores sabem como se motivar porque são profissionais e jogam pelo Botafogo.