Em coletiva após perda de invecibilidade do Botafogo em derrota para o Fluminense, Davide Ancelotti faz ¨piada¨ e diz: "Temos problemas na gestão da frustração" (VÍDEO)



Davide Ancelotti, Luis Tevenet, Andy Mangan e Claudio Caçapa na área técnica em Fluminense x Botafogo, no Brasileirão 2025 — Foto: André Durão


Caiu por terra a invencibilidade do Botafogo diante do Fluminense, a última vitória tricolor antes de ontem, tinha sido em 26/06/2022, ou seja 3 anos e 3 dias atrás. Nove jogos depois, o Alvinegro voltou a perder para o rival neste domingo, por 2 a 0, em duelo da 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. Questionado sobre a falta de reação do time diante do Tricolor, o técnico Davide Ancelotti citou um problema do elenco para gerir frustrações dentro de 90 minutos.


Assista abaixo:


— É um time que tem muita dificuldade, somos conscientes das dificuldades que temos. E temos problemas na gestão da frustração. No último jogo, contra o Grêmio, tivemos uma decisão de arbitragem contra, mas não podemos destinar para isso nossa frustração. E hoje também, começamos a ser contundentes nos duelos quando o jogo acabou. Temos que começar antes. Além disso, temos que ter mais continuidade, mais focados no jogo. É verdade que está sendo difícil manter essa continuidade. Temos momentos em que jogamos com mais confiança e mais energia. E momentos onde não temos essa confiança e essa energia. Temos que continuar trabalhando para melhorar, temos um jogo agora muito importante para nossos objetivos na quarta-feira — disse Davide.


Na opinião do italiano, o duelo no Maracanã foi equilibrado até o primeiro gol tricolor, com Cano. Após o rival abrir o placar, entretanto, Davide destacou a falta de confiança do Botafogo em duelos.


— Um jogo equilibrado até o primeiro gol. Depois, o Fluminense fez um gol onde defendemos muito mal, perdemos confiança no jogo, como já aconteceu. Não somos fortes nos duelos, tivemos controle na segunda etapa sem perigo, e um segundo gol onde falta um pouco de contundência nos duelos.


A escalação do Botafogo voltou a ter mudanças no setor ofensivo: diante do Tricolor, Cuiabano entrou como ponta pela esquerda, enquanto Marçal ocupou a lateral-esquerda. O treinador italiano justificou a falta de sequência nos 11 iniciais com desfalques e suspensões. Chris Ramos também foi titular, enquanto Arthur Cabral foi opção no banco de reservas.


— Tem mudado (o setor ofensivo) com frequência porque é difícil manter os 11 em todos os jogos no campeonato, sempre tem desfalque, sempre tem jogadores suspensos, lesões. Cabral fez um treino antes do Grêmio e jogou porque não tinha outra opção, o Mastriani também estava machucado. Ele jogou 90 minutos, estava muito cansado, o Ramos estava fresco — explicou Davide, acrescentando:

— Precisávamos de um pouco mais de profundidade na transição, ele é um jogador que ataca mais o espaço. O Cabral é um jogador mais de apoio. E o Cuiabano é um jogador perigoso, o mais perigoso que temos agora na ponta-esquerda Precisávamos defender bem os corredores laterais porque eles têm jogadores rápidos, como Canobbio e Serna.


O Botafogo segue na quinta colocação do Campeonato Brasileiro, com 40 pontos somados. O Alvinegro volta a campo às 21h30 (de Brasília) da próxima quarta-feira, no estádio Nilton Santos, para enfrentar o Bahia.


Outros tópicos da entrevista de Davide Ancelotti:

Como gerenciar os desfalques?

— Sou consciente de que temos dificuldades, mas isso não pode ser uma desculpa. Porque, com desfalques, com lesão, com jogadores fora, temos que ter mais contundência, temos que jogar cada duelo como se fosse o último jogo. Isso que eu falei com o time. Não podemos permitir não jogar 150% com essa camisa.


Dificuldades do Botafogo para abrir o placar:

— Temos um problema de gols, e também que o time entra muito no terço. Acho que é um dos times do Campeonato Brasileiro que mais entra na área, e temos problemas para gerar oportunidades perigosas, gols. Acho que é um problema que tivemos a temporada toda no Botafogo. O que temos que fazer é defender melhor. Se geramos ocasiões de gol e não marcamos, não podemos tomar gols como o primeiro (do Fluminense).


— É focar mais na fase defensiva. Se o jogo tem que acabar 0 a 0, acaba 0 a 0, mas não podemos permitir gols como os de hoje. No último terço, é sempre difícil quando há problemas de gol. O que temos que fazer é ocupar bem as zonas da área, entrar na área, o time está entrando. Depois, são momentos, onde a bola entra mais fácil, com maior dificuldade, mas temos que ser contínuos e consistentes com o trabalho.


O quanto essa demora no planejamento impacta o seu trabalho?

— Como eu falei, essa é mais uma pergunta para a diretoria. Eu cheguei porque estava contente com o projeto do Botafogo, contente em ser treinador do Botafogo. Tenho muita confiança nesse elenco. É verdade que nem sempre temos o elenco inteiro, são muitos desfalques cada jogo. Vamos juntos buscar os objetivos comuns, que são importantes para o clube para a próxima temporada também, que é uma vaga na Libertadores.


Time teve dificuldade para criar?

— Tivemos uma oportunidade com o Vitinho também, no um contra um contra o goleiro. Tivemos a do Newton. Mas, sim, temos problemas em gerar oportunidades, quando temos que ganhar duelos, no preenchimento da área. Nós treinamos a fase ofensiva como a fase defensiva. Nos treinos é sempre mais fácil fazer gol. Temos claramente problemas nos jogos, não estamos fazendo muitos gols. Temos que seguir trabalhando e melhorando a nossa confiança no último terço.


O que tem sido preponderante para a queda de rendimento?

— Claramente triste pela derrota no clássico. Sentimos muito pela torcida que veio hoje, porque vieram muitos. Queremos fazer um jogo melhor do que fizemos. Cada jogo tem a sua história, já analisamos esse jogo. O que acontece fora do campo não tem nenhuma influência. Sim, temos problemas, dificuldades, mas o que acontece fora não tem nenhuma influência. O ambiente dentro é tranquilo, isso (o extracampo) não afeta.

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