Visionário: John Textor não descarta criar ¨edição limitada¨ com marca própria de fornecedor esportivo para simbolizar início de um novo começo no Botafogo


O Botafogo está desde a virada do ano sem contrato em vigor para fornecimento de material esportivo e já havia se decidido pela Volt. Porém, John Textor, novo investidor do clube, decidiu romper o contrato que já estava assinado e agora busca uma nova marca. Bem relacionado com a Reebok e com outras marcas, o americano disse, no entanto, não ter pressa.


– Não temos a urgência que outros clubes tem de que precisamos que o dinheiro entre até uma certa data. Esse primeiro ano será bem caro apenas para transferir, queremos investir primeiro no elenco. Estamos analisando algumas situações em relação aos fornecedor de material. Queremos camisas disponíveis para o torcedor usar, trazer um novo fornecedor assim tão tarde será difícil – afirmou Textor ao “Canal do TF”.


– Não vou apressar uma decisão comercial porque precisamos que apareça dinheiro num certo tempo. Ficaria feliz em ver o time todo vestido com roupa de bailarina se fosse para ganhar o campeonato. É sobre futebol, nada mais. Temos que ajustar isso primeiro, investir nas instalações, no time. Será difícil, temos muito a fazer em fevereiro e março. Não tive a chance de tomar essa decisão antes, só essa semana. Todos os conselhos que recebia eram: “Não mude! A temporada começa agora, dia 1º de abril”. Tenho certeza que só há pessoas boas lá, mas eles não se alinham com a nossa estratégia para seguir em frente, então tive que mudar – completou.


John Textor revelou ainda não descartar uma confecção própria até encontrar o novo fornecedor. E tem a ideia de fazer uma edição limitada para os torcedores colecionarem, que marque esse momento de mudança de gestão pelo qual o Botafogo está passando.


– Podemos acabar criando uma marca própria em cima da marca Botafogo, até acharmos o parceiro correto. Fazer algumas edições especiais de camisas para os torcedores, eles irão gostar. Imagine uma camisa com edição limitada que reflita esse momento, essa transição para uma nova era… Podemos nos divertir com isso – sugeriu Textor.


– Não é nada contra os patrocinadores, é que temos a chance de começar com uma “tela em branco”. Antes de nos tornar no que queremos, temos quem definir quem somos, definir objetivos, projetar isso para o mundo todo. A coisa mais importante que temos é, primeiro, o que está acontecendo em campo, mas para tudo fora de campo é como apareceremos para o mundo. Quero pegar essa oportunidade para limpar a ficha de todo tipo de contrato e relações do passado que não são consistentes com o que queremos ser no futuro – afirmou Textor ao “Canal do TF”.


– Veja a Premier League, a La Liga, Bundesliga, eles não tem dez anunciantes espalhados pela camisa, o foco é o clube. Você tem um espaço de muito valor no peito para o patrocinador principal, tem o patrocinador para as mangas, no Crystal Palace está a minha empresa (Facebank). Conseguimos muito valor por isso, porque a camisa não está lotada de propagandas na frente e atrás. Ficando com menos patrocinadores, talvez eles paguem mais – continuou.


– Espero que os torcedores apoiem quando fazemos algo comercial, quando tentamos tomar as melhores decisões em relação aos patrocinadores. Acho que venderíamos mais uniformes se houvesse ali menos patrocinadores. E eu quero cada vez mais pessoas ao redor do mundo usando a camisa do Botafogo, fora do Brasil. Pode parecer que eu joguei muito dinheiro fora, terei que pagar muitas multas de rescisão, então me custou muito dinheiro fazer o que fiz ontem, mas é muito importante para o que nós queremos nos tornar – completou Textor.


O investidor americano, no entanto, não descartou seguir com os atuais patrocinadores do Botafogo, desde que se adequem a um novo padrão.


– Talvez com alguns desses patrocinadores possamos começar novas relações em que nós definiremos os padrões de cor, de tamanho, de local das logos… Foi apenas um começo para seguir em frente – disse.


Surpresa com camisa com ‘promoção maluca’

Na entrevista que concedeu ao “Canal do TF”, Textor foi apresentado à camisa do Botafogo utilizada no clássico contra o Fluminense, pelo Campeonato Carioca de 2015, com a “promoção maluca” da loja “Casa&Video“. Para quem não se lembra, no primeiro tempo um produto foi anunciado com um valor na camisa do clube, e no segundo esse valor foi menor. Textor ficou espantado.


– É verdade isso? Você tem que pedir ao patrocinador respeito pelo que é e o que está tentando transmitir, se você quer ter logos que as cores não sejam preto ou branco, ou alguma cor que funcione bem com preto ou branco… Pediremos aos nossos patrocinadores para se adaptarem aos nossos padrões e não o contrário. Não queremos que nossos jogadores sejam anúncios, mas sim jogadores – frisou.

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