Como rebaixamento do Olympique Lyonnais à Ligue 2, afeta o planejamento de John Textor de contratar jogadores para o Botafogo, e fazer eles se tornarem mais valiosos em eventuais vendas para clubes europeus


 John Textor levantando de coletiva na sala de imprensa do Olympique Lyonnais, Foto: Hugo Pfeiffer/Icon Sport


As garantias financeiras apresentadas por John Textor, também proprietário do Lyon, não foram suficientes para convencer a Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG), que manteve a decisão do rebaixamento do clube francês para a segunda divisão, anunciada em novembro passado pelo órgão. Nesta terça-feira, o empresário e o diretor-geral de futebol da Eagle Holding, Michael Gerlinger foram ouvidos pelo órgão em audiência de julgamento na sede da Liga de Futebol da França, a LFP. O Lyon reconheceu a "decisão incompreensível" da entidade e afirmou que vai recorrer imediatamente para mudar a decisão em primeira instância.


Desde o ano passado, o Lyon vem sofrendo sanções do órgão de controle do futebol francês em virtude da situação das suas finanças que fere o fairplay financeiro local. Segundo a imprensa francesa, o clube precisava equacionar a dívida de cerca de 175 milhões de euros (o déficit total da Eagle, holding que gere o time francês, chega a 500 milhões de euros) para a temporada 2025/2026. Por isso, o clube sofreu transfer ban (impedido de contratar jogadores) na janela do inverno europeu e teve a ameaça de rebaixamento decretada caso não acertasse suas contas.


Nos últimos meses, John Textor tem conversado constantemente com membros da entidade para mostrar a capacidade da Eagle, que também é proprietária do Botafogo, em angariar as receitas necessárias. Entre os recursos financeiros apresentados, segundo a nota oficial, estão as contribuições de capital dos acionistas e a venda do Crystal Palace — um acordo foi assinado com o empresário Woody Johnson, da Família da marca já consolidada Johnson & Johnson, dono do New York Jets, e que já foi ex-embaixador dos EUA no Reino Unido, no primeiro mandato do governo de Donald Trump; Tal acordo feito com Woody Johnson no último final de semana, para a compra da participação de 45% por um valor superior a 200 milhões de euros. Porém, é necessária a aprovação da Premier League. Além disso, o Lyon vendeu 110 milhões de euros em jogadores e reduziu sua folha de pagamento. A recente negociação de Rayan Cherki para o Manchester City, por exemplo, rendeu 42,5 milhões de euros.


A decisão pode afetar o Botafogo, braço brasileiro da Eagle Football Holding. Se precisar reorganizar seus fluxos de caixa, o alvinegro pode ter que ajudar o clube francês mais uma vez, tal como tem feito desde a conquista da Libertadores em 2024.


— Não sabemos se o Botafogo está endividado ou está no azul. O balanço não saiu. Mas sabemos que tem faturado com venda de jogadores e premiações, como a do Mundial de Clubes — diz o jornalista Rodrigo Capelo, especialista em negócios do esporte.


Para ele, no entanto, Textor vai até as últimas instâncias para manter o Lyon na Ligue 1. O rebaixamento não impactaria apenas o alvinegro, mas toda a estratégia da holding, que busca lucrar com a valorização de jogadores brasileiros no mercado europeu:


—Na estratégia do Textor, o jogador passar pelo Lyon é muito importante porque ganha minutagem em competições europeias, isso o torna mais valioso para vender em outros mercados, como a Inglaterra. Quem sai direto do Brasil vale menos. Se o Lyon vai para a segunda divisão, vai faturar menos e vai ter vitrine menor para valorizar o jogador. E agora não vai ter mais a Inglaterra como fim.

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