Técnico do Botafogo, Renato Paiva revela raízes Brasileiras, e diz ser apaixonado pela cultura do Brasil


Quem vê Renato Paiva, como treinador do Botafogo, pouco imagina o quanto ele tem de raízes no Brasil. Muito antes de ter sua primeira experiência profissional no Bahia, em 2023, ele já tinha contato com a cultura do país que se apaixonou e que, independente do emprego no Glorioso, decidiu morar.


Em entrevista ao ge, ele concorda, inclusive, que é o mais brasileiro entre os treinadores portugueses que por aqui já passaram.


Nascido em Pedrógão Pequeno, subdivisão do distrito Castelo Branco, em 1970, ele conta que sua relação vai muito além do futebol. Ela está ligada, de forma surpreendente, a novelas, música e literatura.


Assista abaixo:



- Tem a ver com minha cultura, minha infância, meu crescimento. Passei a minha infância à espera da "Gabriela, Cravo e Canela" às nove da noite, que foi a primeira grande novela que passou em Portugal. Portugal foi influenciado pelas novelas da Globo. Várias e várias como "O Casarão", "A Escrava Isaura" entre muitas outras. E pela música brasileira porque minha irmã, que é sete anos mais velha que eu, ouvia muito música brasileira - respondeu ele, ao revelar nomes de grandes cantores que ouviu ao longo da vida por influência da única irmã.


- Gal Costa, Rita Lee, Maria Bathânia, Caetano Veloso, Roberto Carlos - citou.


"Gabriela", a primeira novela mencionada por Paiva, foi produzida no Brasil em 1975, mas chegou a Portugal dois anos depois. Esse foi uma marco na popularização desse tipo de produção em terras lusitanas, três anos após a queda da ditadura que durou 41 anos.


O romance, inclusive, foi baseado em "Gabriela, Cravo e Canela" do escritor brasileiro Jorge Amado. E esse é outro ponto destacado pelo treinador alvinegro, que demonstra orgulho de ter essa relação profunda com o que também chama de "casa".


- Jorge Amado (escritor que mais gosta), obviamente, porque estava ligado às novelas "Capitães de Areia", "Dona Flor e Seus Dois Maridos", que penso também ser dele. A própria "Gabriela, Cravo e Canela". Portanto, Jorge Amado foi um escritor que influenciou muito.


- Meu pai também era muito virado para a literatura e cresci com uma influência brasileira muito grande. Eu era muito jovem e nunca mais perdi essas ligações com o Brasil, e a vida me trouxe para cá, além de ter uma esposa brasileira - contou ele, sobre o incentivo do pai, que também se chama Renato Paiva, e da mãe, Silvina Paiva.



Renato e esposa brasileira Michelle — Foto: Arquivo pessoal


E, por falar em esposa, o destino colocou o técnico no caminho de Michelle Rizkalla Melhem. Psicóloga na área esportiva e que, inclusive, já trabalhou no Botafogo - também passou por Fla, Audax e Bahia, onde eles se conheceram. Durante a entrevista, o treinador falou diretamente à amada, quem o ajudou em diferentes etapas da vida profissional.


- Está longe, no Brasil, mas ela sabe o quão importante tem sido nesta minha caminhada, em especial do Brasil. Ela é psicóloga e, portanto, tem sido mais que uma esposa. Tem sido esposa, psicóloga, amiga, parceira... E nos momentos difíceis ela tem me ajudado bastante. Ajudado a não me deixar ir para zonas que não devo ir, a equilibrar porque isso também não é fácil. Com muitos bons conselhos, algumas preparações de palestras também, porque ela é psicóloga desportiva.




Paiva e Michelle, tem 2 gatos, que Renato adotou enquanto esteve no Equador. De acordo com o português, "não há vida sem gatos".

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