Renato Paiva classificou como justo o empate por 0 a 0 entre Flamengo e Botafogo na noite deste domingo pelo Campeonato Brasileiro. O técnico alvinegro parabenizou sua equipe e disse que algo mais ao time no último passe para sair do Maracanã com a vitória no clássico.
Assista abaixo:
- Controlamos melhor o jogo no segundo tempo e acho que tivemos a melhor chance da partida. Mas faltou aquele plus no último passe, na última decisão, às vezes até em superioridade numérica... Poderíamos ter aproveitado melhor os contra-ataques, definido melhor as jogadas. Dei parabéns aos jogadores pela partida que fizeram. Não é um campo fácil e nem um adversário fácil de se enfrentar. Eles representaram dignamente o atual campeão da Série A do Brasil. A melhor chance do jogo foi nossa, poderíamos ter feito o gol, mas entendo que o empate foi justo - analisou.
Paiva fez questão de abrir a entrevista coletiva elogiando a presença da torcida do Botafogo, que teve direito a apenas 5% da carga de ingressos disponíveis no Maracanã neste domingo.
Com 12 pontos ganhos, o Botafogo ocupa a 11ª posição no Campeonato Brasileiro. A equipe volta a campo na próxima quinta-feira para enfrentar o Capital-DF, no Mané Garrincha, pela Copa do Brasil. No primeiro jogo, o Alvinegro goleou por 4 a 0 em casa e pode até perder por três gols de diferença que mesmo assim se classifica.
- Vou começar pelo mais importante: a presença da nossa torcida fora de casa. Num clássico com as condições de segurança que os clássicos tem, tiveram coragem de vir atrás da nossa equipe e se fizeram ouvir durante os 90 minutos assim como a torcida do Flamengo. Em muitos momentos ouvimos a nossa torcida e jogar para esses torcedores é fantástico.
CONFIRA OUTRAS RESPOSTAS DE RENATO PAIVA:
O que pediu ao time no intervalo?
- Entendi que nós não tivemos tanta bola como deveríamos ter. A verdade é que quando chegamos à área do Flamengo quase sempre criamos perigo. Nós chegamos lá poucas vezes, mas definimos. Ao lado, por cima ou explodia em cima da defesa do Flamengo. Quando conseguimos ter bola, empurramos o Flamengo para trás, trabalhando a bola como gosto. !uando conseguimos isso, quase sempre terminamos. Pedi para reforçar a forma como o Flamengo estava pressionando o tiro de meta, eles começaram a perceber onde eram as saídas. Pedi que tivesse mais circulação e que baixasse as linhas quando o John tivesse a bola para dar mais linha de passe. Quando o Flamengo estava em bloco, ter uma circulação muito efetiva, para mover o bloco. Quando os dois atacante não vinham, íamos fora e dentro com os meias e virava para o lado contrário gerando superioridade. Acertei uma questão na defesa para não nos afundarmos tanto no lado esquerdo. Juntamos um pouco as linhas para evitar as bolas no Bruno Henrique e controlar os cruzamentos. Somos uma equipe que gosta de ter bola, mas não joga sozinha. Hoje tínhamos um grande adversário e foi um jogo dividido.
Ausência do Artur e polêmica do gesto na Libertadores
- Estou orgulhoso dos onze que jogaram e dos outros que entraram. Alguns jogaram alguns minutos, sei que é duro. Mas enalteci a força do grupo. Tem colegas lesionados, mas não vou chorar ausências, sempre terei outro para dar oportunidade. São grandes jogadores e eu tenho que encontrar soluções em cada problema. Agora foi o Artur. Vou relembrar o gesto de mostrar o meio dedo. Foi um gesto feio da minha parte. Não deveria ter feito para o meu colega, apesar de ele saber que era uma brincadeira, mas reforça que somos uma equipe técnica. Porque eu tinha razão de não tirar o Artur por que nos deu os três pontos. E ele t tinha razão que deveria tirar para não lesionar. Só que eu tenho que priorizar o clube, não posso botar nenhum jogador acima e entendi que era importante manter. Mas meu colega me disse que infelizmente tinha razão.
Lado esquerdo com três laterais
- Três laterais é força das circunstâncias. Não havia opções. O Marçal já fez a zaga. Minha reticência não era por sua eficiência, mas pela sua altura. Mas pela experiência e por saber pisar o campo, me deu confiança de colocá-lo. Vai ser difícil jogaram os três. Mas quando as circunstâncias acontecessem, tenho que decidir rápido. Se calhasse de dar errado, eu seria crucificado.
Pressão à defesa
- É um ataque fortíssimo e nós não termos sofridos gols nem ter concedido oportunidade flagrante ao Flamengo, com dois jovens na zaga, é uma vitória importante da nossa consistência defensiva. Não vejo só porque sofremos gols, acho que defendemos bem porque o Flamengo não nos amassou. Teve bola, mas não levamos amasso. É uma vitória da defesa que começa no Rwan e Igor. Trabalhamos tudo isso. É uma derrota porque também saímos sem gols.
Poupar na Copa do Brasil?
- Temos uma vantagem. Não aceito que esteja fechado, se não nem iríamos. Temos que ir com responsabilidade pelo clube que defendemos. Vamos para ganhar. Evidente que o calendário obriga a poupar. Hoje o Gregore e o Marlon demonstraram dificuldade. O Jair a mesma coisa, o Igor. Estamos arriscando. Tem um momento que tem que gerir sabendo que tem uma final em casa. Vamos tentar recuperar alguns jogadores lesionados. Vamos tentar fazer uma rotação responsável.
Preparação para Libertadores
- Não sei se vou ter todos os jogadores, espero que sim. Esse detalhe vai ser decisivo. Vamos encontrar uma linha de cinco, talvez duas. Uma equipe que vai se defender como poder, sendo perigoso no contra-ataque. Vamos ter que fazer um jogo parecido com o do Estudiantes. Ser pressionante, atacar com critério e de diversas formas. Na perda, não dar hipóteses de darem três, quatro passes. Não estou contando nenhum segredo. Vamos ter que estar firmes na definição e no último passe. Vai ter muita gente na frente. Espero que a gente marque logo cedo. Não sei se os jogadores voltam, se não, serão os que jogaram hoje. É a força do grupo que nos move para os próximos jogos.
Jogada do Marlon
- Temos que dar mérito ao Rossi, está lá para isso. A jogada foi muito boa, o Marlon por tanto gol que assiste, tem que fazer o dele.
Cristiano Ronaldo no Botafogo?
- O Natal é só em dezembro. Mas se viesse, não pode dizer não a uma figura dessa. Não sei de nada. Estou respondendo à pergunta. Mas como digo, os treinadores sempre querem os melhores. O Ronaldo, mesmo com a idade que tem, continua a ser uma máquina de fazer gols. Numa equipe que gera oportunidades atrás de oportunidades seria bom. Mas essa pergunta precisa ser feita em outra língua.
Perda dos jogadores/desempenho do Allan
- Quando você perde um jogador a tendência é substituir. Na posição, mas não na características porque não são iguais. Curiosamente, o Savarino foi considerado o melhor contra o Fluminense e se lesionou. E o Artur, contra o Estudiantes, e se lesionou. Para isso existe o treinador, para encontrar a solução. O que encontramos foi um cara jovem, que foi treinado pelo próximo treinador do Brasil, tem uma carreira extraordinária, pisa o campo como ninguém, pode não durar noventa minutos, mas fez um jogo extraordinário. O treinador não pode dizer para fazer o que faz o Savarino ou o Artur. Ele vai dizer: "Mister, eu não sou eles". Eu tenho que ver as características do Allan e pedir "dentro do que vamos preparar quero que faça isso". E foi o que ele fez. Um dos desbloqueadores na pressão do Flamengo, jogou nas costa da pressão e pisou nos espaços como ele sabe. Poder receber e servir sem andar na vertigem, e não avançar como o Savarino. Ele jogou a vida toda de frente. Não posso dizer para jogar na entrelinha. Muitas vezes, as entrelinhas são curtas. Falei: "você percebe o jogo como ninguém, então desbloqueia o jogo". Fez uma exibição extraordinária.
Copa do Mundo de Clubes
- Nos dias de jogo. Hoje, dei preleção e fui ver o Capital. No dia do Estudiantes, vi o Flamengo. Porque o treino de amanhã já é em função do Capital. Não há tempo a perder. Por mais que queira ver o Seattle, o Atlético de Madrid e PSG, não consigo. Quero ver a final da Champions, mas de resto não consigo. É uma grande competição. Ainda temos uma parada em que teremos tempo para analisar. Até lá. É preparar os jogos que virão.
Contratações
- Qualquer treinador quer ter bons jogadores. Tudo que vier para agregar, que bom. Esse scouting e preparação de elenco já deu as provas que deu. Eu tenho meu trabalho diário e tenho jogadores. Deram este jogadores e trabalho com gosto. O que vier a mais é fantástico. O Botafogo foi campeão da série A e da Libertadores. O nosso scouting é muito bom.
Projeção da La U
- Creio que a La U vai ser mais defensiva aqui. No Chile a La U jogou bem, claro que com respeito. Agora, é a última partida e a La U chega com vantagem, então para mim me parece claro que vão ser conservadores. Acredito que vai ser ataque contra defesa. Vamos ter cuidado quando não tivermos a bola.
Substituições
- Senti que o Rwan tem sido utilizado com mais frequência e ainda não tem o mesmo ritmo dos outros. Senti que no desgaste do ataque, nas lutas contra os zagueiros, já estava desgastado. Quis colocar o Nathan que não é tão alto, mas dá velocidade e 1 x 1. A ideia era jogar nas costas do Flamengo. Depois fui medindo. Senti a equipe bem. Às vezes parece que é obrigado a mudar. Às vezes a equipe está bem, mas vai tirar por quê? Hoje sentia a gente controlar. Senti o Flamengo ter uma quebra física e não quis mexer. O Marlon se desgastou, mas tem aquele passe que dá bola nas costas. Arrisquei um pouco com o Vitinho com amarelo. Quando vi que ia entrar o Michael, percebi que precisava mexer. Sinceramente, senti a equipe compacta. Até que o Allan custou a voltar.
Cuiabano na ponta
- Uma ótima dor de cabeça. É um jogador que pode dar duas posições. Se estiver melhor que outros vou tirá-lo por quê? Gosto de meritocracia. Se a adaptação foi feliz, quem quiser que jogar ali tem que trabalhar mais que ele e dar resposta. Hoje ele acabou em dificuldade. É preciso ter alternativas. Jogar 90 minutos com esse ritmo, ele vai se lesionar.
Mudança de estratégia contra o Fla
- É não me adaptar ao adversário, tentar ser nós mesmo. Dentro do nosso modelo, reter a bola, recuperar rápido, marcar alto. É o padrão que trabalhamos no treino. Dentro do modelo de jogo, há a estratégia e tem a ver com a análise do adversário. Ver as fraquezas que se adaptam ao nosso estilo e não perder o nosso padrão. Todas as variáveis analisamos e passamos ao jogador. Para que dentro da nossa identidade a gente ataque. Não jogamos sozinhos. Às vezes temos um plano que não funciona porque o adversário é melhor que nós.