Como tudo começou: Thairo Arruda conta bastidores da chegada de John Textor ao Botafogo: ‘Compra foi o maior sucesso que tive na vida’

Sócio da Matix Capital, Thairo Arruda foi peça importante na transformação do Botafogo em SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Ao lado de Danilo Caixeiro, ele que fez a ponte entre o clube e John Textor, empresário Norte-americano que topou investir no Glorioso.


Hoje diretor da SAF Botafogo, Thairo Arruda deu entrevista ao podcast “Negócios na Prática” e contou os bastidores na negociação.


Leia abaixo os principais trechos:

Agilidade do processo


– O processo do Cruzeiro de venda começou antes do Botafogo, contratou a XP Investimentos para fazer a venda alguns meses antes, mas conseguimos terminar o processo antes do Cruzeiro. Começamos depois e terminamos antes. É uma lei nova, SAF, específica do futebol, fazer M&A (Mergers and Acquisitions, ou fusões e aquisições) de um clube em quatro meses é um recorde. Não fizemos sozinhos, nós fazemos a parte comercial, mas a maioria era a parte legal, o John Textor contratou um escritório muito bom que conduziu com maestria para tornar esse projeto um sucesso em tão pouco tempo.



Relevância


– Sem dúvida a compra do Botafogo foi o maior sucesso que tive na minha vida. Conseguiu gerar impacto social incrível. O Botafogo tem 4 milhões de torcedores, que estavam carentes e decepcionados com as últimas décadas, com o clube quase falido. Quando conseguimos trazer investidor e tudo aconteceu, recebemos carinho enorme. Meu sócio fala que somos coadjuvantes, facilitadores, mas que quem comprou foi o Textor. Ainda assim, recebemos um carinho fabuloso, isso foi incrível para nós. A venda foi aprovada por 97% do sócios, você não vê ninguém falando mal. Todo mundo está em uma vibe “meu time renasceu”. Foi uma vitória pessoal também. Esse carinho do torcedor é muito legal.



Chegada a John Textor


– O que fazemos na empresa não é intermediação de negócio, não é levar dez opções e ver qual quer. Nós educamos o investidor, entendemos o que ele precisa e levamos o que faz sentido. Vimos qual era a lógica do projeto do Textor, tinha outros alvos, clubes com torcida menor e história menor, que podem servir para outro projeto, mas o Botafogo tinha mais fit. Falamos “considera o Botafogo”. Tinha muito mais dívida, mas mais fit com o projeto dele. Levamos análise de investimento, porque era um bom investimento, começou a se convencer que era o ativo ideal.



Objetivos da SAF


– A lógica do Botafogo é turnaround, comprar barato, valorizar o ativo, voltar a ser grande. Se quiser lançar em bolsa ou vender no futuro, teria valor muito maior. Mas ele não vai fazer isso, já virou apaixonado pelo clube, vai deixar de herança para os filhos, levar para o caixão. Está fazendo investimentos grandes no futebol, contratou muito na janela, quase um time novo, a maior contratação foi o Patrick de Paula, do Palmeiras, por 6 milhões de dólares. Foi a maior contratação da história do Botafogo. E a segunda também foi ele que fez. De uma hora para outra, o clube que não tinha poder aquisitivo nenhum, quase fadado à falência, tem choque de realidade em dois meses, novo dono começa a fazer história, com as duas maiores contratações. Sou muito coadjuvante nessa história, quem tem que ter estátua, se a torcida quiser, é o comprador.


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