Renato Paiva dedicou a vitória do Botafogo sobre o Carabobo, na noite desta terça-feira, pela fase de grupos da Conmebol Libertadores, ao empenho dos jogadores. O Alvinegro marcou o gol da vitória aos 47 minutos do 2º tempo, com Cuiabano, e chegou aos seis pontos no Grupo A.
— Como eu esperava, um jogo difícil. Uma equipe que nos últimos oito jogos só perdeu para o Botafogo. Uma equipe que, obviamente, é organizada, tentou jogar no nosso erro, tentou jogar no contra-ataque com os jogadores muito rápidos na frente. Nós controlamos bem o adversário e depois que começamos a ganhar, o mesmo problema de sempre... Não fechar o jogo, não fecha o jogo, não conseguimos fazer o segundo gol e andamos ali à mercê do que possa acontecer e do que acabou por acontecer. Depois destaco a personalidade, a reação e o caráter dos jogadores que foram atrás de uma vitória que era muito importante em função dos resultados anteriores que nós tivemos. Era fundamental ganhar aqui. Conseguimos - declarou.
O clube carioca chegou aos seis pontos, mesma quantidade do Estudiantes, que enfrentará a líder Universidad de Chile, com sete, nesta quarta-feira.
Apesar do resultado positivo, o desempenho do Alvinegro não foi bom. O gol da vitória saiu apenas aos 46 minutos do 2º tempo. Além disso, muros do Estádio Nilton Santos amanheceram pichados com protestos contra Renato Paiva na manhã desta segunda-feira. O português garante que não se abala com o alarde que vem de fora.
Assim como Bruno Lage colocou o cargo a disposição de técnico do Botafogo em 3 de Setembro de 2023;Renato Paiva em Espanhol após a vitória de ontem do Botafogo contra o Carabobo disse:¨Se a pressão influenciar no meu trabalho eu não posso estar aqui,tenho que sair¨
— Gazeta Botafogo ⭐📰 (@agazetabotafogo) May 7, 2025
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- Esse escudo (aponta para a camisa do Botafogo) te dá a pressão todos os dias. Não há como. E o futebol é isso. Pressão, pressão, pressão. Se não ganha, te cobram, querem que ganhem, e isso não é só no Brasil, é em todo lugar. É universal. Eu tenho que focar em fazer o meu trabalho. Se a pressão influenciar no meu trabalho eu não posso estar aqui, tenho que sair. Tenho que fazer o meu trabalho consciente, também quando os resultados são piores. O exterior tem direito a falar o que quiser, o que me preocupa é o interior. São meus jogadores, encontrar soluções e seguir trabalhando. É a única coisa que posso fazer para sair desses momentos difíceis.
Renato Paiva elogiou os jogadores que entraram durante o jogo. Allan e Nathan Fernandes, que saíram do banco já na reta final da partida, participaram do lance do gol da vitória: o atacante conduz a bola e o volante dá a assistência para Cuiabano marcar. O português também opinou que o resultado positivo foi justo.
— Uma palavra para os jogadores que vieram do banco, que ajudaram bastante, mesmo com as baixas todas que temos, uma resposta muito positiva. Os jogadores que vieram do banco, não é fácil entrar num jogo destes e depois o jogo ainda se complica mais com o empate. O time deles ainda vai mais para trás, o que nos levou a mexer taticamente na equipe para encontrar uma forma, não digo suicida, mas muito arriscada de atacar, que acabou por resultar. Eu acho que é uma vitória justa, não deixando de elogiar a organização do nosso adversário. Não é fácil entrar ali, não é fácil jogar, em especial passar aquela linha de cinco médios e depois ter sempre cuidado com as duas setas, porque são de fato muito rápidas estes jogadores. Nós tivemos muito bem, controlamos tudo isso sem dar grandes oportunidades ao nosso adversário. Depois, as chances que nós tivemos, não concretizamos, e o jogo ficou em aberto até o final. Mas é uma boa vitória da nossa parte. Até pelo momento instável que nós atravessamos, a nossa preocupação neste momento é ganhar e somar pontos - analisou.
Mais declarações de Renato Paiva
Gostou do desempenho do time?
— Gostei em alguns momentos. Não foi um Botafogo completo durante os 90 minutos. Houve trechos em que jogamos muito bem, outros em que jogamos bem e também momentos em que não jogamos tão bem. Especialmente no início do segundo tempo, demos espaço para o Carabobo se aproximar mais da nossa área com bolas longas. Estávamos preparados para isso. Mas, mesmo assim, eles conseguiram chegar e, com cruzamentos ou em uma bola parada, como acabou acontecendo, fizeram o gol. Essa parte não me agradou tanto.
Análise do jogo
— No primeiro tempo, estivemos bem: pressionando, sem deixar o adversário jogar, forçando o rival a fazer ligações diretas, com os jogadores bem posicionados em campo. Mas, como eu disse, esse time cria chances, faz um gol, mas depois tem dificuldade para fechar o jogo ou ampliar a vantagem de 1 a 0 para 2 a 0. Isso deixa a partida aberta, e na Libertadores não tem mais jogos fáceis, embora algumas pessoas pensem que sim. O jogo ficou aberto e mais complicado. Não conseguimos lidar bem com o momento em que o Carabobo se aproximou mais da nossa área, nem aproveitar os espaços nos contra-ataques para matar a partida.
Escolha do time
— É importante perceber a realidade. Viemos de um jogo muito difícil contra o Bahia pelo Campeonato Brasileiro e, logo em seguida, já tivemos uma viagem sem voltar para casa. Estamos com alguns jogadores fora por lesão e, naquela partida, tivemos desfalques também por suspensão. Então, tive que preparar os dois jogos ao mesmo tempo, ou seja, planejar a partida contra o Bahia já pensando neste jogo.
Rodagem do elenco pela sequência do calendário
— Eu gostaria de ter usado algumas peças no jogo contra o Bahia, mas não coloquei porque queria esses jogadores frescos para esta partida. Além disso, Bahia e Carabobo têm perfis de equipe diferentes, então pensei em atletas que não estão com tanto ritmo, não são tão utilizados, não têm tanta competitividade, mas que chegariam aqui em boas condições para enfrentar um time que eu sabia que defendia muito bem, como já havia feito no Rio. Não é fácil. No Brasileirão, com todo mundo jogando a cada três dias, é preciso planejar dois jogos ao mesmo tempo.
O que tirar de bom da partida?
— Então, o que se pede nesse momento é que, se você vence, isso dá um algo a mais emocional para a equipe. Ganhar assim, na dificuldade, oferece esse impulso extra. Agora quero que os jogadores descansem, porque só temos jogo no domingo. Vamos deixá-los descansar para ver se conseguimos chegar o mais frescos possível para a próxima partida.
Ausência de Savarino
— Sava é um jogador que tem características muito únicas, e nós, no elenco, não temos outro com essas mesmas características. Então, não é simplesmente pela ausência do Savarino, porque vamos jogar com 11 jogadores, mas pela ausência de um atleta com qualidades diferentes de todos os outros. Quando falta esse jogador, é preciso mudar algumas coisas na estrutura, na tática e até na estratégia para a partida.
— Deixa de haver um gerador, um criador de jogadas, especialmente entre as linhas, que é uma zona do campo onde é difícil jogar ao atacar. Quanto mais entre as linhas, mais curto é o espaço. O Savarino é um desbloqueador de jogo, e, na verdade, no elenco atual, ele é único nesse papel. Então, é por aí. Mas vamos jogar com 11, e eu nunca vou reclamar do que está faltando. Precisamos estar preparados para lesões, suspensões... e, se eu ficar chorando por isso, não faço meu trabalho. Eu tenho que fazer meu trabalho.
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