Em entrevista de 15 minutos ao UOL, John Textor falou sobre a saída de Artur Jorge e o planejamento ruim da temporada de 2025, além de novos aportes em união ou separação dele no comando da SAF, e que o Botafogo está saudável financeiramente (VÍDEO)



Foto Reprodução/Uol Prime Youtube


Em entrevista de 15 minutos ao Canal Uol Prime no Youtube, que foi publicada na manhã deste domingo 12/10, John Textor negou falta de planejamento para a temporada de 2025, e colocou toda a culpa na saída do ex-treinador campeão, Artur Jorge, que estava apalavrado com o Al-Rayyan desde Outubro de 2024, e ingressou no time catari, em Janeiro de 2025.  



Assista ao trecho abaixo:


– Não é falta de planejamento perder o seu treinador quando ele explode sua vida pessoal no meio da temporada, decide que quer ir embora, inventa uma história de que quer ficar, quando você sabe que ele já está indo embora. Você já perdeu o seu treinador antes mesmo do fim da temporada. Antes do campeonato acontecer, nós sabíamos que iríamos perdê-lo – afirmou Textor.


A partir deste momento, o Botafogo teve dificuldades, tentou diversos treinadores, mas não conseguiu contratar.


– Eu nunca disse isso publicamente, e não podia falar sobre isso na época porque seria danoso à marca do clube, mas ninguém queria o cargo! As pessoas conhecem o Brasil, né? Um trabalho depois de ter conquistado o país, a Libertadores. É de alto risco – explicou Textor, que não pretende sair do Botafogo.


– Eu já disse que queria morrer no Botafogo, mas olha, acho que alguns torcedores podem me matar caso eu não vença a Libertadores todo ano (risos). Eu quero continuar fisicamente vivo! – completou.


– Veja o que fizemos. Transformamos o desespero dos nossos fãs em ambição. E eu gosto que eles esperem vencer agora. Alguém me perguntou outro dia, em uma reunião interna, que eles diziam: “John, precisamos diminuir as expectativas dos nossos fãs”. Eu disse: “Não, não precisamos”. Não consegui persuadir ninguém sobre o projeto. Um após o outro, Tite, Tata Martino, Rafa Benítez, como você quiser – disse Textor, ao “UOL Prime“.


– O primeiro, minha primeira escolha, só porque ele queria muito o cargo, ele aceitou. Ele é o André Jardine, no México, querendo voltar para o Brasil. Bom, aí ele diz, “bom, eu nunca quis o emprego”. Isso porque o dono dele aparece no México, dá um monte de dinheiro e ele diz: “Estou bem aqui no México, certo?”. Não consegui ninguém para assumir o cargo – admitiu.


O dirigente apontou também que outra consequência foi direta no elenco.


– Muitos dos jogadores que você ama do ano do título querem sair no ano seguinte. Porque eles dizem: “Ei, já fiz o máximo que podia aqui no Brasil, no Botafogo. Estou no fim da minha carreira. Preciso ganhar dinheiro no Catar. Ou estou chegando à minha última oportunidade de ir para a Europa. Minha última chance de ir para a Europa. Preciso ir para a Europa. Dei tudo o que pude pelo Botafogo. Ganhei um campeonato. Preciso cuidar da minha família” – descreveu Textor, citando até jogadores do elenco atual.


– E então há uma falta de motivação, uma falta de energia. Como alguns dos mesmos jogadores que ganharam aquele campeonato para nós um ano antes, se você olhar para os números deles correndo, apenas correndo, eles estão correndo a um nível de 85% do que estavam correndo apenas um ano antes, quando ganhamos o campeonato. A motivação de todos caiu – completou.



Em seguida John Textor disse que as disputas jurídicas são pra definir quem ficará a frente do Botafogo, e ele disse que a Eagle tem 90% da SAF Botafogo, assim como ele, tem tal percentual, e que a ideia de recomprar não deu tão certo, e alternar para a Eagle das Ilhas Cayman, um cenário que haja um união através de um cisão, para que a Ares e Eagle continuem fazendo aportes no Botafogo, não é descartado.


O empresário norte-americano não descartou uma separação da Eagle Football Holdings nem a permanência, mas garantiu que o clube está financeiramente saudável.


– Eu diria que as pessoas precisam entender que o Botafogo, como clube, tem tido um bom desempenho financeiro. E nossa receita aumentou de US$ 20 milhões quando começamos isso em 2022 para bem mais de US$ 200 milhões este ano. Talvez fique mais perto de US$ 240 milhões. O fluxo de caixa operacional, o lucro operacional da organização também é muito, muito alto. Mas a briga que as pessoas veem travada nos tribunais era sobre a autorização de novos métodos de entrada de dinheiro. E as pessoas ficaram confusas – disse Textor.


– Eles disseram: “Bom, John fez isso em nome da Eagle Cayman. Essa é a empresa dele.” Isso não é verdade. Isso nunca foi verdade. A Eagle Cayman, que se chama Eagle Football Group, nas Ilhas Cayman, foi formada em 2024 para que todos os interesses da Eagle fossem consolidados naquela única entidade das Ilhas Cayman para a oferta pública inicial (IPO) na Bolsa de Valores de Nova York. Então, quando eu estava criando esses novos instrumentos para levantar fundos para o Botafogo, fiz isso em nome da Eagle Football Group nas Ilhas Cayman, o que os advogados da Ares e os advogados do novo diretor independente nem sequer entenderam – explicou.



– Então, tudo não passou de um mal-entendido enorme sobre os mecanismos pelos quais o Botafogo precisa para ser capaz de forma independente para continuar crescendo. Acho que, veja bem, meu objetivo é que a Eagle permaneça unida em seu ecossistema atual, porque esse relacionamento multiclubes tem funcionado muito bem para o Botafogo. Conquistamos um campeonato ao conseguirmos prometer uma passagem para a Europa para jogadores como Thiago Almada, Lucas Perri, Luiz Henrique, Adryelson. E por isso eu gosto do ecossistema da Eagle. Temos algumas dificuldades internas dentro do nosso grupo de acionistas devido aos desafios que enfrentamos em diferentes partes do mundo. E, sim, já consideramos um cenário de divórcio, onde eu compraria o Botafogo com os sócios e o tiraria da Eagle, mas também trabalhamos muito em algumas ideias melhores para nos mantermos juntos – ponderou.


John Textor acrescentou que ainda não há uma definição.


– Então, eu sei que os torcedores querem uma resposta para essas coisas muito rapidamente, porque é assim que somos. Ainda não sabemos se vamos continuar juntos ou se o Botafogo vai se separar. Mas posso dizer que o clube está indo bem e muitas pessoas estão nos oferecendo capital através da Eagle para continuarmos juntos e outras pessoas estão nos oferecendo capital para nos separarmos, mas ninguém precisa se preocupar com a gente pagando as contas do Botafogo, porque a Eagle ainda é dona de 90% – assegurou.


 

No outro trecho da entrevista, John Textor falou da importância de ter opiniões diferentes na hora de contratar bons jogadores, algo que não foi feito com maestria em 2025, como foi em 2024 por Alessandro Brito.




John Textor falou que quando recebeu o contato para comprar o Botafogo não tinha entendido a dimensão do que estava comprando, sabia que o time era grande, mas não havia conhecido o lado espiritual do clube, e nem que existia tantos filhos que torcem para o Fla, mas que seus pais são Botafoguenses.


Depois Textor acrescentou que chorou bastante durante Botafogo x Fortaleza daquele 10/07/2022, onde ele pensou inicialmente que a repórter Gabriela Moreira, era da rádio, e não tinha visto o cinegrafista com a câmera do Premiere. 


Em seguida John Textor revelou que iniciou a sua trajetória no Futebol em 2005, quando montou uma escolinha infanto-juvenil para ajudar crianças sul-americanas que estavam nos Estados Unidos, sem documentos de imigração, para que pudessem usar o futebol como forma de entrar na universidade.


Ele disse ter administrado essa academia (escolinha infanto-juvenil) de futebol, como um projeto paralelo de 2005 até 2012. Depois teve um fracasso empresaria em 2012, com a Digital Domain.


Ele não entendeu bem o fracasso empresarial que teve em 2012, pois foi muito constrangedor, mas Textor se apoiou na citação do lendário treinador de basquete John Wooden que dizia: ¨Reputação é o que as pessoas pensam que você é, caráter é quem você realmente é¨.


Textor disse que em 2012, passou por mais momentos humilhantes, mas sabia que estava fazendo coisas boas. Tendo construído um bom negócio, e tendo sido honesto. Mas no mundo corporativo norte-americano, às vezes você perde batalhas, porque as pessoas estão apenas atrás de dinheiro.


Mas tendo perdido, Textor soube que construiu um negócio valioso, e isto deu uma ¨pele muito grossa¨, porque era um negócio de alto perfil. Quando se tem sucesso todos querem ser o seu amigo, quando ele falha, você aparece na televisão e todo mundo fica feliz de ver alguém cair. Acho que Deus me escolheu por um motivo para estar no Botafogo, porque eu não me importo com o que as pessoas pensam se não for baseado em fatos. 


 

Devido a partida em específico daquela noite de 01/11/2023, Textor agradeceu Thairo Arruda, CEO do Botafogo, que autorizado para falar com Leila Pereira, sobre o atrito, conseguiu que tempos depois John Textor se reaproximasse de Leila Pereira.


Entrevista Completa:



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