João Paulo Magalhães, Presidente do Botafogo Associativo, se reuniu com a EAGLE, e John Textor perde força com clube social, um caminho sem Textor na liderança da SAF é bastante provável, já que ele não é mais unanimidade



John Textor e João Paulo Magalhães Lins no Estádio Nilton Santos em 11/09/2025 - Foto Vítor Silva/Botafogo


Como antecipamos que este mês de Outubro seria movimentado e decisivo, está ocorrendo. A disputa entre SAF Botafogo e Eagle Football ganhou um novo capítulo de consequências possivelmente decisivas. O presidente do clube associativo, João Paulo Magalhães Lins, se reuniu com representantes da Eagle nos últimos dias e começou a pavimentar um caminho sem John Textor no comando do Alvinegro. O Norte-americano já não é unanimidade no clube.


O associativo detém 10% das ações da SAF, em acordo firmado quando o americano adquiriu as ações do futebol, em março de 2022. No entendimento da Eagle e da Ares, empresa que emprestou dinheiro para Textor adquirir o Lyon no fim de 2022, um posicionamento do clube social a favor de uma mudança de diretoria tem poder suficiente para encerrar a briga e tirar o empresário do Alvinegro. Mesmo com John Textor alegando que está tudo bem, e tudo está ¨fluindo¨ como tem que ser.


Em entrevista ao ge, Textor afirmou que "não tinha como" haver uma reunião da Eagle sem ele estar envolvido. O homem mentiu. Mas João Paulo Magalhães Lins se encontrou com representantes da empresa sem a presença do Norte-americano. Apesar de ser o sócio majoritário, o executivo não participa das decisões principais da companhia desde abril de 2025.






A ação do presidente do Botafogo marca uma reviravolta no posicionamento do associativo. Em julho deste ano, o clube foi decisivo para conter o movimento de acionistas da Eagle que tentavam remover Textor do comando do Alvinegro logo após o Super Mundial De Clubes 2025.


Naquela ocasião, Magalhães Lins enviou uma carta avisando que uma possível remoção do americano do comando poderia levar a uma "rebelião" nos bastidores do Alvinegro. Esta carta foi decisiva para impedir uma intervenção imediata da Eagle no Botafogo em julho. Outro documento, com assinaturas de representantes da SAF, também foi enviado em movimento paralelo.


                      
Alessandro Brito, John Textor, João Paulo Magalhães e Thairo Arruda no Teatro Do Chatelet em Paris, durante premiação da Bola de Ouro da Revista France Football/Foto Reprodução

Nas últimas semanas, a situação mudou. João Paulo Magalhães Lins se reuniu com representantes da Eagle e da Ares na Europa. O presidente se encontrou com Textor em Paris para representar o Botafogo na cerimônia da Bola de Ouro no dia 26 e permaneceu no Velho Continente para conversar com acionistas da Eagle. Na reunião, o dirigente ouviu possibilidades financeiras e comerciais para saber como ficaria o Alvinegro no caso do afastamento de Textor.


Cenário este, vale ressaltar, que ainda não é realidade. O movimento do presidente foi uma forma de precaução, já que John Textor ainda não deu garantias financeiras de que pode recomprar o clube junto à Eagle e ajudar no caixa a curto prazo.


Internamente, houve aprovação de pessoas no entorno de João Paulo Magalhães ao movimento de buscar alternativas ao americano. O presidente, que outrora já se definiu como um "soldado de Textor", começa a buscar novos caminhos.


Textor novamente se esquivou, e disse que Durcesio foi alvo de perseguição



João Paulo Magalhães Lins, John Textor e Durcesio Mello no Estádio Nilton Santos em 11/09/2025 - Foto: Vítor Silva/Botafogo

- Eu aceito as críticas, mas não aceito o extremismo. O abuso ao Durcesio Mello (ex-presidente)... O clube social deveria deixá-lo em paz. Se ele não tivesse assinado os documentos que assinou, não teríamos criado um caminho para jogadores chegarem à Europa. Almada, Luiz Henrique e Igor Jesus vieram por causa dos documentos que Durcesio assinou. Ele teve a visão da SAF e, se não tivesse feito isso, não teríamos a Libertadores. Se o clube social quer jogar isso fora, que seja, mas não quero esquecer o dia 30 de novembro, o melhor dia da maioria das nossas vidas - afirmou.


Vale lembrar que quaisquer mudanças na SAF do Botafogo precisam ter autorização do sócio-minoritário, que é o clube social. Há, porém, a cobrança do associativo à SAF para que haja cumprimento do acordo de acionistas.


Na semana passada, uma reunião do Conselho Deliberativo definiu que os membros fariam questionamentos à SAF sobre diferentes temas - futebol, administrativo e financeiro. O CEO Thairo Arruda é esperado no próximo dia 14 para ser ouvido na assembleia.

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