Demitido em 29 de junho deste ano após ser eliminado para o Palmeiras nas Oitavas De Final do Super Mundial de Clubes, no Estádio Lincoln Financial Field na cidade de Filadélfia, no Estado da Pensilvânia, o técnico Renato Paiva falou pela primeira vez sobre sua saída do Botafogo. Em entrevista ao "The RGMedia", o treinador português avaliou o seu trabalho na equipe carioca e fez duras críticas ao Norte-americano John Textor, dono da SAF alvinegra.
— O dono (John Textor) acreditava que o Botafogo não deveria ter sido eliminado pelo Palmeiras. Ele questionou meu estilo de jogo na partida contra o Palmeiras, disse que eu fui defensivo demais e acabou me demitindo. Já disse antes e repito: a minha demissão, depois de tudo o que aconteceu, diz muito mais sobre a pessoa que me demitiu do que sobre mim e o meu trabalho — disse Renato Paiva.
— Ele não teve coragem de fazer isso pessoalmente — mandou me demitir. No sábado, após o jogo contra o Palmeiras, ele estava comigo, me abraçou e disse: ‘Professor, continue’, e foi isso que eu fiz. Mas no domingo, ele ordenou a minha demissão. Não teve coragem de me dispensar cara a cara — relembrou.
Textor explicou que a decisão de demitir Paiva não foi tomada somente com base na eliminação do Botafogo para o Palmeiras no Mundial, mas considerando também as últimas dez partidas da equipe alvinegra. Para o empresário, dava para ver a mudança no estilo de jogo do comandante, que foi ficando cada vez mais defensivo.
No entanto, Renato Paiva entende que foi demitido do Botafogo por outra razão. O comandante português acredita que foi dispensado do clube carioca por não ter aceitado interferência de John Textor em seu trabalho.
— Fui demitido do Botafogo porque não permiti que esse senhor (Textor) interferisse no meu trabalho. Ele queria se meter na minha escolha de jogadores, queria influenciar meus sistemas táticos, queria interferir no meu trabalho. Fui demitido porque não fiz o que ele queria que eu fizesse. Ele não vai admitir isso porque não tem coragem, mas eu não sou um fantoche — apontou.
— Ele afirmou que me demitiu porque eu traí minhas convicções e mudei meu plano de jogo. Isso não é verdade: precisei me adaptar à falta de jogadores e às muitas lesões com as quais estava lidando. Esta é a primeira vez que vou dizer isso: ele demitiu o Renato porque o Renato não traiu suas convicções. Essa é a verdade — finalizou Paiva.
Renato Paiva deixou o clube alvinegro após quatro meses e um aproveitamento de 56,5% — 12 vitórias, três empates e oito derrotas em 23 jogos —, o quarto melhor da era SAF. Além do aproveitamento, Paiva ficou marcado por comandar a vitória sobre o PSG por 1 a 0, na fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes.
Para seu lugar, Textor contratou o italiano Davide Ancelotti, filho de Carlo Ancelotti, comandante da seleção brasileira. Para a sua primeira experiência como treinador na carreira, desde 6 de Julho de 2025.