Algo muito semelhante ao que vai ocorrer nesta quinta-feira, quando Botafogo enfrentará o PSG, campeão da Liga dos Campeões, já foi visto há quase 30 anos. Atual dono do título Brasileiro, o Alvinegro também era o campeão do Brasileirão de 1995 quando jogou contra a Juventus, vencedora da Champions de 1995/1996, na final de um tradicional torneio sediado na Espanha - o Troféu Teresa Herrera, que reunia os principais times do mundo.
Didier Deschamps hoje técnico da Seleção Francesa de Futebol fazia parte daquele time da Juventus que jogou contra o Botafogo
Na ocasião, quem se deu melhor foi o Botafogo, que apesar do empate em 4 a 4 no tempo normal, venceu a decisão nos pênaltis por 3 a 0. O Botafogo era basicamente formado pelos campeões nacionais, como o goleiro Vagner e o artilheiro Túlio Maravilha, e a Vecchia Signora "Velha Senhora" tinha grandes nomes, como o atacante Del Piero e o meia Didier Deschamps - Zinédine Zidane também fazia parte do elenco, mas não entrou em campo.
O duelo ficou marcado também por um desconforto na hora de definir os uniformes. Como as camisas dos dois times alvinegros eram - e ainda são - muito parecidas, a Juventus não aceitou usar seu segundo uniforme. Coube ao Botafogo ceder. Porém, não tinha peças suficientes para vestir seus atletas e precisou usar a camisa do Deportivo La Coruña, clube mandante da competição.
Assista abaixo:
Escalações do confronto:
Botafogo: Vagner; Wilson Goiano, Gottardo, Grotto e Jefferson; Souza, Otacílio, Marcelo Alves (Marco Aurélio) e França (Zé Carlos); Sorato (Mauricinho) e Túlio. Gols: Túlio Maravilha (3) e França.
Juventus: Peruzzi; Ferrara, Torriccelli, Monteiro e Porrini; Jugovic, Deschamps (Ametrano); Del Pierro e Padovano; Vieri (Amoruso) e Di Livio. Gols: Vieri e Amoruso (3).
O registro do jornal O Globo do dia anterior ao jogo mencionou a preocupação do elenco do Botafogo em relação à goleada da Juventus por 6 a 0 sobre o Ajax, na semifinal.
- O que me impressionou não foi bem a goleada, mas sim a apatia do Ajax, que parecia um time totalmente desmotivado. Com o Botafogo a coisa será diferente (...) - disse Túlio Maravilha.
Wilson Gottardo, zagueiro campeão na época e hoje comentarista dos canais Sportv, fala sobre como foi o ambiente do duelo
- Foi assustador (...). Era um time bem jovem e, do outro lado, aquelas feras todas, o del Pierro, o Vieri, o Deschamps, time muito forte. O jogo foi uma loucura, era um desafio mesmo de tentar jogar bem e buscar conquistar o troféu, que era maravilhoso. Aliás, de todos os troféus que eu participei e conquistei, esse é, disparado, o mais bonito - disse Gottardo ao ge.
Apesar de não jogar bem, o Alvinegro apostou nos contra-ataques e conseguiu o empate no último lance do jogo, com Túlio Maravilha - a estrela da noite com três gols - convertendo um pênalti. Nos pênaltis, Gottardo também fez o ele, assim como Wilson Goiano e Souza, e viu o Vagner defender os chutes de Amoruso e Di Livio.
Com o desafio de enfrentar o PSG na próxima quinta, o ex-defensor comparou os times do Botafogo. Segundo ele, o time campeão de 1995 tinha perdido muitas peças, algo semelhante a 2025. Inclusive, a estrutura tática era igual, mas a diferença está na marcação, que, para Gottardo, fez a diferença do duelo contra os "grandes" europeus.
- A formação tática era parecida com o Botafogo (atual), porém, tínhamos jogadores um pouco mais de qualidade defensiva, se tratando de meio-campo. O que ganhou do Seattle era uma equipe 4-2-4, sendo que os beiradas são atacantes mesmo, não são tanto de marcar. Mas a evolução tática aconteceu e consciência (tática) melhorou. A diferença é que na época a gente também vivia de muito jogada de individualidade, que somando tudo dava um conjunto bom - opinou ele, que acredita que o time precisa se proteger inicialmente.
PSG e Botafogo se enfrentarão nesta quinta-feira (19/6), às 22h, no Estádio Rose Bowl. Assim como o Alvinegro, o time francês tem três pontos, mas lidera o Grupo B por causa do saldo de gols.