Era 30 de Setembro de 1993 numa noite de redenção e de trabalho reconhecido no Maracanã, 31 anos e 2 meses antes do Botafogo ter vencido a sua primeira Libertadores em 30/11/2024 no Mâs Monumental, em Buenos Aires. O Botafogo era um time de garotos, com várias saídas confirmadas anteriormente: Emil Pinheiro, mecenas do clube desde 1986, e presidente entre 1991, e que teve a sua saída confirmada em Novembro de 1992, meses depois da perca do título do Brasileiro para o arquirrival. Além de uma limpa completa do elenco daquele ano (Odemilson, Válber, Jefferson, Carlos Alberto, Gilmar Francisco, Renato Gaúcho, Valdeir, Chicão, Carlos Alberto Dias, Pingo) entre outros, além do técnico Búfalo Gil. O presidente Mauro Ney Palmeiro junto de outros Botafoguenses unidos da época, conseguiram reformular bem o time para a temporada de 1993, apostando em garotos, a situação financeira era tão instável, que até empréstimos foram pegos para pagar viagens, como foi no caso da ida do Botafogo à Caracas, para jogar contra o time da capital Venezuelana de mesmo nome. O Fogão começou àquela temporada com o ex-técnico Edinho, depois foi a vez de Paulo Emílio, que fora substituído por Othon Valentim que durou apenas 28 dias, então o vice-presidente da época Antônio Rodrigues fez um telefonema, e apesar dos poucos recursos financeiros da época, o tricampeão brasileiro pela Seleção Brasileira, e ex-jogador do Botafogo em 1971, Carlos Alberto Torres aceitou o convite, acreditou e potencializou os novos atletas que subiram da base do Botafogo, além do pacote de reforços vindo de desacreditados do São Paulo: Eraldo e Eliel; Sinval da Portuguesa; Perivaldo do Pelotas; Carlão e Alécio do Londrina. O lado humano no comando técnico de Carlos Alberto Torres, o Capita, prevaleceu segundo recordou o ex-preparador físico, do Botafogo naquela ocasião, Ademar Braga.
Assista abaixo ao documentário Botafogo & Seus Heróis Improváveis:
Elenco do Botafogo em 1993 campeão da Copa Conmebol: Carlão, William Bacana, Ed Palmieli e Wágner; Marcos Paulo, Perivaldo, Fabiano, Márcio, Fábio, Rogerinho, Nélson, Cláudio Henrique, Clei, Eliel, André Silva, Alexandre Agulha, Rogério Pinheiro, Berg, Suélio, Marcelo, Sinval, Marcelinho, China, Eliomar, Duda Petra, André, Luciano, Moisés, Aléssio, Rocha, e André Duarte.
Luisão e PC (Massagistas), Ubirajara, Ronaldo Torres, Walber Medeiros, Jorge Resende (Médicos), Ademar Braga (preparador físico), Carlos Alberto Torres (técnico), Henrique Peçanha (médico).
Diretoria: Mauro Ney Palmeiro (presidente), Antônio Rodrigues (vice-presidente de futebol), Carlos Eduardo Pereira (vice-presidente administrativo), Carlos Augusto Saade Montenegro (vice-presidente de marketing), Edson Santana (diretor de futebol)
O Botafogo não era o favorito, mas começou a ganhar confiança, àquele grupo onde a maioria era de garotos da base, passou a ter confiança, e jogar bem pelo Carlos Alberto Torres, o que era visto como improvável, se tornou provável, e o time entrou para história pelo primeiro título sul-americano do Botafogo naquela ocasião. Se tornando heróis de uma conquista improvável contra o forte Peñarol, que naquele momento possuía mais títulos de Copa Intercontinental/Mundiais de Clubes do que o Real Madrid. O que deixa o feito de 1993, ainda mais grandioso.
Botafogo & Seus Heróis Improváveis é um documentário que acompanha o tradicional time carioca no ano de 1993. Sob comando do técnico Carlos Alberto Torres, uma jornada épica se inicia para trazer de volta a autoestima do time que, em meio a um elenco frustrado e sem recurso algum para investir, resolve trazer atletas das categorias de base para extinguir as chances de extermínio do Botafogo. Na busca de um renascimento, o treinador da equipe foi aos poucos se tornando uma figura essencial dentro e fora de campo, até mesmo na conquista do título que se tornou símbolo dessa nova era do clube. Com relatos de ex-jogadores, dirigentes, jornalistas e principalmente torcedores, o longa emociona os botafoguenses e encanta pela coragem e união pregada por eles.
