Há exatamente 30 anos atrás em 17/12/1995 - O Botafogo era Bicampeão Brasileiro, em campanha histórica e memorável numa linda vitória contra o Santos



Foto: Acervo / Gazeta Press


Naquele Domingo marcante de 17/12/1995, o Botafogo conquistava o bicampeonato Brasileiro, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo/SP, exatamente há 30 anos atrás, completando nesta quarta-feira 17/12/2025. Ah... e como é bom recordar de 1995, após as conquistas recentes de 2024.


Túlio Maravilha comendo grama do Estádio Pacaembu Foto: César Loureiro 17/12/1995 / Agência Globo


Os santistas, de cabelos vermelhos, entraram em campo ovacionados por um público fanático, boa parte do qual também havia pintado a cabeça. A moda estranha era parte de uma promessa feita pelos jogadores, que começaram o Brasileirão totalmente desacreditados pela imprensa esportiva e, contra todas as expectativas, estavam na final. Ironicamente, a promessa não serviu de lembrete sobre o quão perigoso é menosprezar um rival.


 

O jogo começou disputado, com os botafoguenses Leandro Ávila e Jamir marcando muito bem o craque Giovanni no meio-de-campo. Visivelmente sem condições, Donizete jogava no sacrifício – quase ficou de fora do jogo de volta, mas insistira muito para estar em campo na partida do título – o que obrigou Túlio a mudar o seu estilo de jogar, voltando para a marcação e deixando o colega mais isolado no ataque. Se com isso as jogadas de ataque alvinegras eram raras, o domínio do Botafogo no meio de campo só crescia, aumentando a tranquilidade da equipe, que só precisava de um empate para ficar com a taça.


O Botafogo, comandado por Paulo Autuori, precisava apenas de um empate para levantar a taça, já que havia vencido o jogo de ida no Maracanã por 2 a 1. Do outro lado, o Santos de Cabralzinho buscava reverter a desvantagem diante de uma torcida empolgada, após uma campanha surpreendente no torneio. O artilheiro Túlio Maravilha, que já havia brilhado durante toda a competição, voltou a ser protagonista na decisão.


 

O jogo teve clima tenso desde os primeiros minutos. Faltas duras, cartões e reclamações constantes marcaram o primeiro tempo. Aos 24 minutos do primeiro tempo, Túlio Maravilha abriu o placar em posição adiantada, após desvio de Jamir. O gol foi validado pelo árbitro Márcio Rezende de Freitas, gerando revolta dos santistas. Após o intervalo, o Santos chegou ao empate com Marcelo Passos, que se aproveitou após jogada iniciada com toque de mão de Marquinhos Capixaba, também ignorado pela arbitragem. Se anulasse o gol de Túlio teriam que anular o gol de Marcelo Passos, portanto ficou empatado do mesmo jeito, para quem só acha que só o gol do Túlio que estava irregular.


Nos minutos finais, o Peixe teve a chance da virada com Camanducaia, que marcou após cobrança de falta, mas teve o gol anulado por impedimento. Com o empate por 1 a 1, o Botafogo sagrou-se Bicampeão brasileiro na história, enquanto o Santos lamentava o que muitos consideram uma das decisões mais polêmicas do futebol brasileiro até então.


Foi no sacrifício

Com um elenco enxuto, o presidente da época, Carlos Augusto Montenegro garante que o Botafogo precisou de sorte para ser campeão. Afinal, Paulo Autuori não teve problemas com contusões e conseguiu manter a base titular durante toda a campanha. Mas a final teve que ser jogada no sacrifício.



Um dos principais jogadores daquele elenco, Donizete Pantera, que formou dupla de ataque memorável com Túlio Maravilha, jogou a final contra o Santos com uma lesão no músculo posterior da coxa. Autuori montou esquema tático para anular os craques do Santos e recuou Túlio para não sobrecarregar Donizete na marcação. Com uma leitura de jogo precisa, o técnico até então desconhecido no Brasil (mas com trabalho pelo Marítimo de Portugal) levou o clube alvinegro ao título brasileiro em 1995!



As ruas da Cidade do Rio De Janeiro, foram tomadas por milhares de botafoguenses de todas as idades, o clima foi de muita festa, além da provocação marcante de Túlio segurando um peixe (fisga o peixe); Túlio também apareceu em uma das janelas do avião com o bandeirão do Botafogo antes do desembarque no RJ. Um dos momentos mais emblemáticos dos anos 90. Além da parceria de sucesso do Botafogo com a marca de refrigerantes Seven Up!


Mais que um título, um resgate de identidade


O Brasileirão de 1995 representou muito mais do que uma taça. Foi o resgate do orgulho botafoguense, a reafirmação da tradição de um clube gigante e a prova de que planejamento, elenco comprometido e alma vencedora podem superar limitações financeiras.


Trinta anos depois, aquele time segue sendo referência. Seus protagonistas são lembrados como heróis, e o título permanece como um dos mais emblemáticos da história do Campeonato Brasileiro.


Em 17/12/1995, o Botafogo não foi apenas campeão. Foi resistência, foi identidade, foi futebol em estado puro. E, três décadas depois, o Brasil ainda se lembra: o campeão do passado, naquele presente voltou a ser o Glorioso. ⭐🖤🤍


Assista abaixo:




Jogo Completo Remasterizado em (HD) Globo 2020:







Ficha Técnica

Santos 1 x 1 Botafogo

Data: 17/12/1995, domingo, 19h00.
Competição: Campeonato Brasileiro – Final – Jogo de volta
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo, SP.
Público: 28.488 pagantes
Renda: R$ 697.520,00
Árbitro: Márcio Rezende de Freitas (MG)
Cartões amarelos: Wágner, Túlio e Wilson Goiano (B); Narciso e Jamelli (S).
Gols: Túlio (24 min do 1°Tempo) e Marcelo Passos (1min do 2° Tempo).

SANTOS
Edinho; Marquinhos Capixaba, Ronaldo, Narciso e Marcos Adriano; Carlinhos, Marcelo Passos e Robert (Macedo); Jamelli, Giovanni e Camanducaia.
Técnico: Cabralzinho

BOTAFOGO
Wágner; Wilson Goiano, Wilson Gottardo, Gonçalves e André Silva (Moisés); Leandro, Jamir, Beto e Sérgio Manoel; Donizete e Túlio Maravilha.
Técnico: Paulo Autuori

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