Uma importante reunião acontecerá nesta terça-feira 14/10 em General Severiano, sede social do Botafogo. Thairo Arruda, CEO do clube, estará no local para prestar esclarecimentos e responder a 30 perguntas enviadas por conselheiros do Botafogo Social, na última semana. Os questionamentos vão de questões societárias, contábeis, gestão e movimentações financeiras da gestão de John Textor na SAF.
O encontro dá sequência à reunião do dia 29 de setembro, quando conselheiros apresentaram um abaixo-assinado pedindo a convocação de Durcesio Mello, que não participou do primeiro encontro - ex-presidente do clube e atual integrante do Conselho de Administração da SAF - para prestar contas sobre a relação com o empresário Norte-americano.
Na ocasião, a reunião foi mantida em caráter permanente e será concluída justamente nesta terça-feira. A SAF do Alvinegro foi representado por Jonas Marmello, diretor jurídico, que não soube responder a todos os questionamentos dos conselheiros.
Apesar da convocação ser para Durcesio, Thairo vai comparecer para responder e passar detalhes possíveis sobre a SAF. Das 30 perguntas enviadas por e-mail, algumas foram consideradas simples.
Caso as respostas não sejam consideradas positivas, não há a possibilidade de os conselheiros, por exemplo, votarem para tirar Textor do comando da SAF. O americano é dono de 90% e sócio majoritário do futebol alvinegro.
O movimento acontece justamente no maior momento de instabilidade entre SAF e clube social desde que John Textor adquiriu o Alvinegro. Recentemente, João Paulo Magalhães Lins, presidente, se encontrou com Jean-Pierre Conte, acionista minoritário da Eagle Football, para debater possibilidades financeiras de um eventual Botafogo sem Textor.
Apesar de não correr tanto risco de uma saída ocorrer atualmente, o Norte-americano já não é unanimidade entre o clube social, então uma reaproximação é encarada como bem-vinda entre as partes. Além de Thairo, Gilnei Botrel, CEO do Botafogo associativo, estará lá.
Internamente, há muita gratidão por tudo que Textor fez pelo clube carioca nos últimos anos, mas um grupo de oposição para oportunizar um cenário sem o americano vai, aos poucos, se formando.
A posição de John Textor é de uma certa tranquilidade. O dono da SAF afirmou, em entrevista ao ge, que não gosta da postura dos conselheiros com Durcesio Mello e descartou disputas com o clube social.
Mas ainda existem algumas ressalvas, como o indulto que a Ares deu de 12 meses, porém há algumas entrelinhas no acordo. E tem o processo da Iconic Sports movido contra John Textor na justiça britânica, este é avaliado como um divisor de águas, que pode fazer a fase serena e calma de John Textor nas últimas entrevistas para o GE, The Added Time, UOL Prime, ruir. Já que a Iconic Sports, alega que tem de receber 94 Milhões de Dólares + juros, por aporte na compra do Lyon em 2022.
John Textor se inteirou da decisão da Justiça do Rio, proferida na última segunda-feira 13/10, e afirmou a interlocutores que há uma manobra de advogados da Ares Management, credora da Eagle Football, para questionar sua autoridade na SAF do Botafogo, por meio de uma disputa que não existe no Conselho de Administração da holding neste momento.
Por conta disso, o empresário Norte-americano, representante majoritário das ações da companhia, vê como nulos os efeitos da determinação do juiz para que haja uma arbitragem em tribunal da Fundação Getúlio Vargas, pois na prática não haverá disputa dentro da Eagle. Representantes da empresa, por sua vez, veem Textor tentando evitar a arbitragem com medo de perder mais poder.
Como principal dono da empresa, Textor foi mantido no comando da SAF mesmo depois das saídas de Christopher Mallon e Mark Affolter, que renunciaram ao conselho da Eagle BIDCO. O acionista majoritário alega nos bastidores que foi ele quem pediu a anulação dos efeitos da Assembleia de 17 de julho no Botafogo, confirmada na Justiça, pois já havia chegado a um acordo com Mallon, contratado como interventor pela Eagle contra a gestão temerária do clube.
A decisão da Justiça questiona em parte essa autoridade de Textor e aponta para uma decisão arbitral que, segundo aliados do americano, não é o desejo dos representantes executivos da Eagle e nem dos membros da SAF e do clube social do Botafogo. Por outro lado, a anulação dos efeitos da Assembleia abriria brecha para ações não só da Eagle, como também da SAF e do clube social para uma tentativa de tirar Textor do controle.
No entorno de Textor também é entendido que Christopher Mallon concordou que o empresário deveria encerrar unilateralmente a disputa judicial. E que os advogados se opuseram a isso, enquanto o diretor independente estava de fora de ação por questões pessoais. Posteriormente, Mallon deixou o cargo. Em seguida, Mark Affolter também. Para seu lugar, Textor elegeu o nigeriano Hemen Tseayo. E alega ter o conselho a seu favor para futuras disputas.
A reunião de hoje em General Severiano, fará esta longa novela ganhar mais alguns capítulos.