John Textor esclareceu as disputas com a Ares e a Iconic, acionistas na Eagle Football, e afirmou que seu grupo multiclubes foi avaliado recentemente em US$ 1,4 bilhão (cerca de R$ 7,5 bilhões na cotação atual). O controlador da SAF do Botafogo afirmou estar tranquilo quanto à situação financeira da empresa, em entrevista ao vivo no “Canal do TF” na noite desta sexta-feira (28/11).
Assista abaixo:
*Onde estiver em dourado abaixo, são os momentos falados no vídeo da LIVE.
– Os valores dessa dívida parecem muito altos, mas essa dívida abrange vários clubes. O Crystal Palace era bastante valioso, o Lyon é bastante valioso, o Botafogo se tornou economicamente mais valioso, e a expectativa é que o valor patrimonial, o valor dos ativos de todos os clubes combinados, seja sempre muito maior do que a dívida. Alguém me enviou uma oferta recentemente, acho que na semana passada, onde avaliaram a Eagle Football em US$ 1,4 bilhão. Isso é muito mais do que os US$ 400 milhões de dívida que temos com a Ares. A dívida pode parecer um número grande, mas o valor da companhia ainda é muito maior – disse Textor.
O empresário justificou a busca por um clube inglês enquanto renegocia as dívidas existentes. Segundo ele, é preciso crescer a holding para atrair investidores. Sheffield Wednesday e Derby County, da segunda divisão inglesa, são alguns dos candidatos a se juntarem à Eagle.
– Ninguém quer te dar dinheiro só para pagar dívidas. Os investidores querem investir em algo que esteja crescendo. É óbvio que, desde que vendemos o Crystal Palace, precisamos de um parceiro no Reino Unido, que seja um parceiro comercial melhor, melhor para prospectar jogadores, melhor para o Botafogo. Gosto de observar a segunda divisão do Reino Unido, porque sei que temos atletas em toda a nossa organização global que podem ser adquiridos a baixo custo, promovê-lo à Premier League e ver um grande aumento de valor com o acesso. Todas essas coisas podem acontecer ao mesmo tempo. Você pode estar tentando arrecadar dinheiro para pagar dívidas, é preciso apresentar aos investidores um projeto ambicioso que possa valorizar. E é por isso que vemos manchetes diferentes, como a de estar tentando quitar dívidas ou tentando comprar um clube na Inglaterra. Tudo isso precisa acontecer simultaneamente – apontou Textor.
Leia abaixo o que Textor explicou sobre as disputas com Ares e Iconic:
“Meu foco em relação à Ares neste momento é entender que eles emprestaram cerca de US$ 400 milhões, quando vendemos o Crystal Palace eles receberam de volta cerca de US$ 190 milhões de dólares. Então, quando o Lyon estava passando por dificuldades no verão, a Ares investiu mais cerca de US$ 50 milhões. Então, o valor principal que eles emprestaram no total gira em torno de 260 ou 270 milhões. Quando você ouve um número maior, isso se refere a juros acumulados e coisas do tipo. Tenho trabalhado com vários parceiros e estamos conversando sobre a compra da participação da Ares na Eagle. Chegamos a considerar, em certos momentos, a separação do Botafogo do Lyon. Mas meu foco tem sido pagar um valor justo à Ares e trazer novos parceiros que compartilhem o mesmo interesse de longo prazo que nós em nossa estrutura com vários clubes.”
“Sobre a Iconic, a questão é mais simples. Eles investiram US$ 75 milhões na Eagle Football. Eles também deveriam nos fornecer uma empresa chamada Sociedade de Propósito Específico, essa empresa seria uma boa parceira para a fusão com a Eagle e seria uma empresa de capital aberto listada na Nasdaq, na Bolsa de Valores de Nova York. Então, concordei que, se não prosseguisse com a fusão, teria que comprar as ações deles depois de alguns anos. O problema é que o histórico dos donos daquela empresa acabou ficando muito ligado a um indivíduo russo (Mikhail Fridman) sancionado junto de outros parceiros Petr Aven, German Khan e Alexey Kuzmichev em Julho, a Iconic Sports disse que John havia feito declarações fictícias. Textor continua: E, claro, Wall Street mudou durante esse período. O que eu pensava estar adquirindo era uma empresa viável como parceira, mas não era viável de forma alguma, porque as fontes de capital de Wall Street não conseguiam se aproximar, não conseguiam fazer negócios com essa entidade. Então, eles perderam o apoio do banco de investimento. Adotei a posição de que não tenho obrigação de recomprar as ações deles, porque existe um acordo de duas vias e eu não me beneficiei dele. Agora estamos no tribunal na Inglaterra. Tentei extinguir o processo deles o mais rápido possível, antes mesmo de começar. Perdi a audiência inicial, mas o processo principal ainda nem começou de verdade. Minha defesa, sabe, onde apresento meus argumentos, ainda nem precisa ser protocolada. Acho que isso acontece na próxima semana, mais ou menos. Portanto, essa é uma disputa que pode se arrastar por muitos meses. Se eu perder, posso ser obrigado a vender as ações da Eagle Football Holdings (60%) para eles. Se eu ganhar, a Iconic continuará sendo nossa parceira na Eagle. Então, enquanto isso, se eu aumentar o valor da Eagle, que assim seja. Talvez eu fique feliz comprando as ações deles. Talvez eles fiquem felizes participando. É apenas uma disputa financeira neste momento, e isso vai se desenrolar ao longo de vários meses.”