Entenda porque o Botafogo Associativo entrou com ação na justiça contra a Eagle Football Holdings e Textor; Presidente do Botafogo Associativo manda recado: "Se não fosse o Botafogo, o Lyon não iria existir"

O Botafogo associativo se movimentou na briga entre SAF e Eagle na tarde da última segunda-feira 25/11, com pedidos à Justiça de ressarcimento de R$ 155 milhões e um interventor na administração da SAF. A manifestação do clube social é apenas mais um capítulo no processo aberto em julho de 2025, quando a Eagle processou a SAF Botafogo e o associativo. Entenda participação do Botafogo de Futebol e Regatas na briga jurídica.


O clube associativo entende que, apesar de não fazer parte da estrutura societária de 90% do futebol alvinegro, pode sofrer com reflexos e potenciais danos. Já que os sócios são empresas estrangeiras, sem bens no Brasil, o associativo entende que é necessário garantir, por cautela, o valor da participação minoritária do passivo. O objetivo, segundo consta no documento, é evitar "efeitos práticos e irreversíveis em seu desfavor, sem que esteja minimamente protegido contra os riscos decorrentes do litígio entre os controladores".


No processo originário, a Eagle Holdings ajuizou a ação para suspender os atos societários feitos por John Textor sem anuência do diretor independente da empresa da época, Christopher Mallon. O debate era sobre a "cessão de supostos créditos" do Botafogo para uma companhia nas Ilhas Cayman, no valor de até 150 milhões de euros (R$934,1 milhões de reais).


Essa movimentação de John Textor foi decidida em uma Assembleia Geral Extraordinária de Acionistas do Botafogo (AGE) e da Reunião do Conselho de Administração do Botafogo (RCA) no dia 17 de julho. Por isso, a Eagle pedia a suspensão de todos os efeitos da AGE e da RCA, já que não participou do processo.


Porém, em uma das decisões, em outubro, a Justiça anulou oficialmente os atos societários e "congelou" a situação societária no ponto em que estava antes da crise. Dessa forma, nenhum novo investidor poderia entrar como acionista no Botafogo. A Eagle, porém, recorreu da decisão inicial, principalmente pela manutenção de Textor em sua posição estatutária.


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Mas como o clube associativo entra nisso? Entre diferentes manifestações por meio de advogados de todas as partes, o clube social foi notificado e instado a se manifestar, já que a Eagle entrou com o recurso. Vale lembrar: SAF e associativo são ambos “agravados” no processo, ou seja, são as partes contra quem o agravo (da Eagle) foi apresentado.


Quando uma das partes recorre de uma decisão, o Tribunal automaticamente intima as demais para apresentarem suas contrarrazões, que é a defesa delas dentro desse recurso. É por isso que o Botafogo associativo aparece no processo: ele figura formalmente como parte e, portanto, precisa responder sempre que houver movimentação que o atinja - mesmo que nenhuma das outras partes aponte responsabilidade do clube associativo, detentor de 10% da SAF.


Na petição desta segunda-feira, dentro do prazo estipulado para manifestar-se, o associativo pontuou que no processo movido pela Eagle há notícias de diversas irregularidades supostamente cometidas por John Textor e que, se confirmadas, estão configuradas em "gestão temerária e irresponsável pela atual adminsitração da SAF". Por isso, pediu medidas urgentes ao Poder Judiciário, enquanto não há resolução definitiva.


Pedidos do associativo à Justiça:

Ressarcimento de, no mínimo, 10% do valor do passivo atual apurado de R$ 155.453.600,00;

Proibição da venda de ativos da SAF (inclusive jogadores de futebol) e a distribuição dos dividendos (lucros) em favor da Egle até a apresentação de um plano de regularização do passivo da SAF;

Nomeação de um interventor judicial à SAF, com especialidade na gestão de negócios relacionados com clube de futebol.


O que disse João Paulo Magalhães Lins, sobre a atual ação contra a Eagle:


— Meu objetivo é que eles (Textor e investidores) se entendam e que resolvam o problema do Botafogo. Pois eu só estou vendo esforços deles para resolver a vida do Lyon, que só existe hoje por causa das inúmeras ajudas que o Botafogo fez - admitiu Magalhães Lins.


Na visão de Textor, o clube carioca deve mais de R$ 850 milhões ao Lyon, que, por sua vez, emprestou mais de R$ 490 milhões ao time brasileiro.


— Quero paz! Adoramos o Textor e somos todos muito gratos a ele. Mas o Botafogo não pode ser prejudicado Eu acho que o Textor também é vitima. Porque ele deu o dinheiro do Botafogo para salvar o Lyon, e agora o Lyon não devolve o dinheiro para o Botafogo. Se não fosse o Botafogo, o Lyon não iria existir - finalizou.

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